Conecte-se conosco

Região

“Eu sou um milagre”: Morador de Ivoti fez hemodiálise por 3 anos e rins voltaram a funcionar

14/06/2024 - 10h40min

Atualizada em 14/06/2024 - 10h42min

Gasparzinho presenteando a equipe de enfermeiras com bolos
Gasparzinho passou tão mal que chegou a usar cadeira de rodas e achou que ia morrer
Cândido Nascimento

Ivoti – No contexto dos comics, ou antigas revistas em quadrinhos, Gasparzinho era um personagem de outro mundo, mas, na vida real, Gasparzinho é o diminutivo do nome Gaspar Staudt, um antigo padeiro de Ivoti. Na verdade, a cura foi divina, segundo simplifica, quando o médico avaliou os novos exames de sangue disse que tinha uma boa notícia: “você é um milagre, eu não tenho como explicar”.
A profissão ele desenvolveu por mais de 50 anos, tendo iniciado aos 11 como aprendiz de padeiro em uma antiga Panificadora Ivoti, que era do cunhado Danilo Enzweiler. De uma família de 12 irmãos, Gaspar era o do meio. Teve que parar de estudar na 6ª série da Escola Estadual Mathias Schütz, para começar a ajudar nas despesas de casa. Desde muito cerdo aprendeu a fazer pães, roscas cucas, biscoitos e até hoje traz guardadas na mente milhares de receitas. O trabalho é em casa, atualmente, fazendo doces para conhecidos.

ROTINA DE 20 HORAS DIÁRIAS

Com o cunhado trabalhou por 12 anos. Ele lembra que os pães eram entregues a cavalo ou com, carroça. “Eu ia junto nas entregas e a gente batia com o relho no lado da carroça e as pessoas iam se chegando para comprar”, explica ele, afirmando que aquele era um tempo bonito, do qual guarda saudades. O reparte (entrega de pão) era feito em Ivoti, do centro ao bar do Gordo, e também em Morro Reuter, Presidente Lucena e Picada Café.
Depois foi trabalhar no antigo Supermercado Lucena, onde hoje funciona outro empreendimento, que pertencia ao Danilo Becker e ao Lauro Fröhlich, empresa onde permaneceu por três anos. Mais tarde, em 1.989, abriu junto com Danilo Becker a Gasparzinho, que era bazar, padaria e confeitaria, na Gaelzer Neto, 232, onde trabalhou por 20 anos. Por fim, atuou por 15 anos na rua Régis Bittencourt, 1895, com a Brot Haus (casa do Pão). A rotina de trabalho chegava a 20 horas diárias.

FAMÍLIA

Gaspar Staudt, 64 anos, e a esposa Adelurdes, 61, casaram em 1982, tendo ele 22 e ela 19. Os pais dela tiveram que ir ao cartório da cidade, que pertencia ao Alfredo Spaniol, para assinar o casamento. “Eram os filhos dele que trabalhavam na época”, afirma o casal. Eles são pais de Monalisa, 41, e das gêmeas Leticia e Tiessa, 31. Têm os netos Joaquim, 9, Jaime Caetano, 5, Esmê, 2, Vinicius Gaspar, 1 e um que está a caminho.

PROBLEMAS NA SAÚDE

Devido ao corre-corre diário, Gaspar sofreu um desgaste nos ossos do quadril e teve que colocar duas próteses em 2013.Como tinha uma rotina dura, e sentia muita dor, ele deveria tomar um comprimido por dia, quando necessitasse. Contudo, se automedicava e tomava até dois comprimidos, o que veio a afetar os seus rins. Por causa disso, em 1] de janeiro de 2021 teve que começar a fazer hemodiálise.
Gaspar disse que passou muito mal, mas não queria ir ao médico, mas a família o levou para atendimento quando desmaiou e acabou indo parar na UTI, onde ficou três dias, mais 19 dias no Hospital Geral de Novo Hamburgo (hoje Municipal). Nos primeiros seis meses da doença ficou seis meses em cadeira de rodas.
Por três anos, entre 2021 e 2023 ele fez hemodiálise na Clínica do Rim, em Novo Hamburgo. Por consequência, foi parar na fila de transplantes da Santa casa a espera de um doador. O primeiro rim não tinha condições, estava “judiado” segundo Gaspar, o 2º ficou trancado no trânsito na BR 116, e não pode ser aproveitado. Quando encontraram um rim compatível o chamaram pela terceira vez, mas o paciente tinha uma ferida no braço que impossibilitou o transplante. Ele chegou a usar uma pomada, mas esse medicamento ocasionou numa espécie de queimadura no braço direito.
As enfermeiras avisavam que quem não se cuidasse não sobreviveria, mas o morador de Ivoti não faltava nenhuma sessão. Eram três sessões por semana, de quatro horas cada. Num determinado dia, voltou de um atendimento de rotina e passou mal em casa, então fez um exame de sangue no Pronto Atendimento Mais Vida, de Ivoti. “Eu levei esse exame a Porto Alegre, e o médico que me atendia, Dr. Auri, me disse. Tenho uma surpresa, e pediu outro exame e duas horas depois do resultado ele me disse que os meus rins voltaram a funcionar e que eu sou um milagre de Deus, que eu ganhei mais uma chance”, concluiu ele, que fez uma recente viagem coma esposa à Europa, e até o final do ano quer visitar a filha e a família, que mora no Peru. Eu nasci de novo”, conclui.

 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.