Cadernos
Sucessão familiar na família Beck
Aos 90 anos de idade, o produtor rural Arminio Fridolino Beck, morador da Linha Temerária, em Nova Petrópolis, lembra muito bem do tempo em que plantava milho verde e mandioca e fazia engorda de porcos que vendia na região. “Antigamente era tudo diferente, eu levantava as três horas da manhã e ia até Galópolis a cargueiro”, recorda o produtor que a pé puxava o cavalo carregado de laranja e bergamota para vender no comércio distante aproximadamente 15 km da localidade onde vive até hoje. “Se fazia a manteiga colonial e levava pra vender. Isso se vendia muito bem lá”, recorda.
Hoje ele vê o filho Sergio Pedro Beck, 64 anos, e sua esposa Navilia, 60, dar continuidade, com a ajuda do neto, Marcos, 22 anos, ao que iniciou anos atrás. Fala com entusiasmo de ver o neto, a terceira geração da família, a continuar na agricultura. “Isso é muito bom, ele já está bem incluído no comércio onde entregamos a produção diretamente”, diz Arminio.
Juntos, Sérgio, a esposa e o filho hoje cultivam várias qualidades de alface, entre elas, crespa roxa e verde, lisa, chicória e frisée, verde e roxa. Com a produção irrigada com água direta de açude próprio, a família colhe entre 250 a 350 caixas de alface semanalmente. A entrega é feita por Marcos, principalmente em mercados e fruteiras de Gramado e Canela.
Produzindo alimentos
Prestes a completar 91 anos, no dia 1o de agosto, Arminio é um homem que lê muito e tem plena consciência do quanto é importante o trabalho do colono, que produz alimento para toda a humanidade. “Todos dependem do colono. Se a agricultura cai, o resto cai também”, observa. Para Armínio, que por 51 anos cantou no coral da comunidade, hoje tudo é mais fácil na agricultura, além de menos corrido. Orgulha-se por ter sempre a companhia dos filhos Sérgio e Nestor, que desde criança o acompanhavam na roça. “Não faziam trabalho forçado, mas me acompanhavam em tuto”, complementa.