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Negócios relacionados à cerveja se consolidam como opção de renda

02/08/2019 - 10h45min

Atualizada em 02/08/2019 - 13h24min

Região – O papel da cerveja, mais do que reunir, é de contar a história de um povo. E especialmente na região da Encosta da Serra existe o que ser celebrado nesta sexta-feira, 2, Dia Internacional da Cerveja.

Ao carregar sua própria vivência e a de seus antepassados, cada produtor traz consigo sua forma de criar e manipular a bebida, o que confere um sabor único a cada variedade, bem como opções distintas de cores e sabores.

Na região, a cerveja artesanal tem destaque. Linha Nova, por exemplo, é reconhecida como o Berço das Cervejarias no RS, alcunha utilizada inclusive como slogan do município. Ali, registros apontam que a produção começou em 1864, com a família Ritter, embora relatos deem conta de que possa ter iniciado ainda antes.

“Para nós, é uma questão de haver um resgate histórico, além de trabalharmos a questão do turismo. Temos uma parceria constante da Prefeitura em utilizar a cerveja como atrativo. Desenvolvemos ainda eventos que trabalhem este título”, afirma o responsável pelo Departamento de Turismo de Linha Nova, Christian Albers.

“Para nós, é uma questão de haver um resgate histórico” – Christian Albers

Representantes

O fato de a bebida ter mudado sua característica e atingido determinados nichos de mercado não impede que haja um aumento na demanda e na produção. O principal efeito disso é a possibilidade de gerar renda para famílias que investem nela em tempo integral.

A região tem outras representantes significativas neste mercado, como a Cervejaria Adoma, de Ivoti, a Hunsrück, em Dois Irmãos, a Edelbrau, em Nova Petrópolis, e Origem, de Linha Nova. As variadas transformações passadas pela bebida ressaltam a existência de um mercado que permite experimentações para um consumidor cada vez mais ávido por novidades.

O conceito de um produto com sabor característico, perpetuado ao longo dos anos pelas marcas industrializadas no Brasil, cada vez mais se torna defasado em meio a tantas alternativas encontradas nas prateleiras e comércios.

Produção cervejeira em alta no Estado (Créd. Rafael Petry)

Cerveja como opção de empreendedorismo

Recentemente, a cerveja passou a integrar o radar de organizações que auxiliam na abertura de um negócio próprio, e cujos empreendedores veem na produção da bebida artesanal uma opção de incremento na renda.

É o caso do Sebrae, que desde 2015 atendeu mais de 100 cervejarias por meio de projetos, consultorias e eventos somente no Rio Grande do Sul. Conforme a entidade, as cervejarias já representam um terço dos empreendimentos participantes de um projeto específico para o desenvolvimento de indústrias alimentícias no Estado.

Microcervejarias se consolidam no mercado e proporcionam qualidade para um consumidor cada vez mais exigente (Créd. Rafael Petry)

“É muito importante para o empresário que ele possa enxergar isso como um novo negócio, uma nova oportunidade. Uma fábrica pequena tem poucos funcionários, mas são famílias que têm esta renda gerada pela cervejaria”, comenta a gerente de negócios do Sebrae RS, Francine Danigno.

De acordo com ela, não apenas a produção da cerveja movimenta a economia, mas também serviços relacionados, como a organização de eventos, que, de certa forma, geram empregos indiretos. Francine também afirma entender a importância das cervejarias gaúchas pelo reconhecimento que elas têm fora do Estado.

“É muito importante para o empresário que ele possa enxergar isso como um novo negócio” – Francine Danigno

“Temos aqui muita qualidade e expertise no que é feito. Isto pode ser visto como mais uma vocação do nosso Estado, e a cerveja artesanal deve estar neste portfólio de vocações que ofertamos aqui”, diz a gestora do Sebrae RS.

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