Policial militar é denunciado por morte de suspeito de assalto que havia se rendido

Um policial militar foi denunciado nesta terça-feira (27) pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul pela morte de um suspeito de assalto que já estava rendido, no Condomínio Princesa Isabel, em Porto Alegre. Se a Justiça aceitar a denúncia, o policial responderá pelo homicídio duplamente qualificado de Lucas Soares Silva.

• Nomes já são cogitados para a eleição de Dois Irmãos

O caso aconteceu em 24 de março do ano passado. Três homens assaltaram uma fruteira, no bairro Santana, e fugiram para o interior do condomínio. A guarnição da Brigada se deslocou até o local, após o sinal de rastreamento do GPS de um dos celulares dos assaltantes mostrar o paradeiro deles.

Conforme o Ministério Público, o policial denunciado ficou junto à viatura, do lado de fora do condomínio, quando viu Lucas correndo e ordenou que parasse e se rendesse.

• Descaso e mau atendimento sendo investigados no hospital de Estância Velha

Ainda de acordo com o órgão, o assaltante obedeceu à ordem e deitou-se. Para o MP, o policial tinha ciência de que a vítima estava desarmada e com as mãos para cima. Mesmo assim, atirou cinco vezes contra ele com uma submetralhadora.

Testemunhas afirmaram que o policial teria dito, após os disparos, que Lucas “era um vagabundo e que não gostava de ninguém do condomínio”. A vítima foi colocada na viatura e removida pelos demais policiais para atendimento junto ao HPS, onde foi constatada a morte.

Na época, a BM sustentou que tinha ocorrido uma troca de tiros, e que Lucas estava armado. A morte causou revolta entre os moradores do condomínio, que bloquearam a Avenida Princesa Isabel, em protesto.

O policial militar foi afastado das funções policiais, mas segue nos quadros da BM, conforme a Corregedoria-Geral da corporação. Caso ele seja condenado, pode sofrer afastamento, diz o corregedor-geral, coronel Marcio Roberto Galdino.

“Não compactuamos com nenhum ato que seja contra direitos humanos ou violação de qualquer cidadão”, diz o corregedor.

Fonte: G1