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Setembro Amarelo: fique atento, você pode salvar uma vida

02/09/2019 - 09h34min

Atualizada em 02/09/2019 - 09h54min

Estância Velha – O relato da jovem FS, hoje com 34 anos, feliz, casada, com um filho, sobre um dos momentos mais difíceis da sua vida, confirmam um sério problema que preocupa a Organização Mundial da Saúde. Com vinte e poucos anos, FS, sofria de uma depressão profunda, que a levou várias vezes a atentar contra a própria vida. “O mundo sumia debaixo dos meus pés, não tinha vontade para nada. Só vontade de não estar aqui. Vontade de que tudo acabasse. Eu nem sabia bem porque, somente aquela vontade incontrolável do fim. Aliás, era a única coisa que eu tinha vontade, do resto nada. A comida não tinha sabor, a água nem tinha temperatura, e as piadas não tinha a menor graça. O carinho da minha família e dos amigos soava falso (não era). Assim passei os piores dias da minha vida, tentando acabar com ela diversas vezes”, contou FS.

A jovem conseguiu superar a crise com a ajuda do avô, com quem tinha uma ligação muito forte. “Como saí dessa? Do nada, um dia no hospital logo após atentar contra minha própria vida, meu avô (meu ídolo, meu herói), foi duro comigo. Não me bajulou como todos os outros, me chamou na razão, perguntou se eu não tinha vergonha na cara, de fazer isso com ele” explica. “Minha ficha caiu, trilhei com dificuldade, mas muita determinação o caminho de volta do fundo do poço. Busquei no amor, razões para seguir em frente. Ainda tenho algumas recaídas, mas quando isso acontece, lembro das palavras do meu avô, e desde aquele dia nunca mais pensei em decidir sobre o fim. Não sei se esta fórmula funcionaria com outros. Nem sei se existe uma fórmula, a verdade é que comigo funcionou e agradeço a Deus por isso”, finaliza FS.

ESTATÍSTICAS

<10>Infelizmente nem sempre é assim. A estatística alarmante é de que 32 suicídios ocorrem diariamente no país, uma média de 1 morte a cada 45 minutos. O Rio Grande do Sul tem números que superam a média brasileira e mundial no número de suicídios. A taxa global é de 11,4 suicídios para cada 100 mil habitantes e, no Brasil, de 6,5 casos. Já o Estado registrou, em 2017, 11,6 óbitos para cada 100 mil pessoas (total de 1.349 mortes). Estima-se que, para cada pessoa que comete suicídio, existem pelo menos outras 20 que tentaram, mas não conseguiram consumar o ato. Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de “Setembro Amarelo”. O assunto que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelo preconceito e falta de informação.

COMO INTERVIR E EVITAR

Caso você desconfie estar próximo de alguém pensando em suicidar-se em decorrência de um grande sofrimento, interceda. Um diálogo aberto, empático e compreensivo pode fazer a diferença. Caso a pessoa se sinta à vontade para compartilhar o seu sofrimento, aceite, e acolha. Ofereça suporte emocional e informe sobre a ajuda profissional. Se a pessoa falar claramente sobre suicídio, não a deixe sozinha. Contate imediatamente os familiares e amigos da pessoa. Você também pode indicar os serviços oferecidos pelo CVV – Centro de Valorização da Vida, através do número 188, que atende em total sigilo, 24h por dia. Em Estância Velha também pode ser procurado o CAPS – Centro de Atenção Psicossocial, que fica na rua Adolfo Mattes, no Centro, com atendimento imediato, em casos urgentes.

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