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Portaria impede Bombeiros Voluntários de trabalhar em todo o estado
Estado – Uma reunião realizada na sede do Ministério Público do Estado, determinou o cumprimento de uma portaria e normas técnicas, definidas em janeiro de 2019, que poderão impedir as atividades dos Bombeiros Voluntários em várias cidades do Rio Grande do Sul.
A medida impede que os Voluntários atuem onde a população municipal for superior a 15 mil habitantes. Mais que isso, a portaria também impossibilita que os Bombeiros Voluntários atendam chamadas em cidades vizinhas. Em casos como esses, pessoas que precisarem de atendimento, seja em situações de acidentes, incêndios, ou salvamentos, terão que esperar a chegada da corporação de Bombeiros Militares mais próxima.
Para Edison Rother, presidente da Voluntersul (Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul) e comandante do Corpo de Bombeiros de Nova Petrópolis, tal medida é corporativa e os mais prejudicados serão as pessoas que precisarem de atendimento. Rother diz que a medida já é válida desde o início do ano, mas que desde então vem se tendo conversas para que alguns trechos sejam alterados, o que pouco aconteceu até o momento.
“Eu prefiro responder um inquérito na justiça por ter ido do que não atender a população”
Nota de repúdio
Na sexta-feira, 20, a Voluntersul publicou uma nota de repúdio à decisão, compartilhada por diversas unidades de Bombeiros Voluntários do Estado. De acordo com a nota, a entidade representa 42 corporações e mais de 1.300 bombeiros. Além disso, mais de 300 cidades não possuem a presença de unidades físicas de quaisquer corporações, seja militar, municipal ou voluntário.
Mesmo com punição, Voluntários continuarão trabalhando
Rother contou que na quarta-feira, 25, um incêndio de grandes proporções atingiu um galpão na cidade de Feliz, e que cerca de seis ou sete corporações atenderam ao chamado, sendo a maioria de Voluntários.
“Em tese, nós não poderíamos ter ido mas aí como é que você vai deixar uma cidade vizinha, a comunidade na mão? Eu prefiro responder um inquérito na justiça por ter ido do que não atender a população. É uma situação muito chata, muito delicada. Nós estamos voluntariamente nas comunidades, nos organizando para dar respostas emergenciais ao nosso povo, e agora um documento proíbe isso”, afirma.
Leia a matéria completa na edição impressa do Diário desta sexta-feira, 27 de dezembro.