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Morador registra período histórico de falta de chuva em Dois Irmãos

29/04/2020 - 14h42min

Desde 2012, Lauri Rohr mede a chuva diariamente e os meses de março e abril deste ano foram os piores (Cred. Melissa Costa)

Dois Irmãos – O município tem vivido dias difíceis em todas as áreas. A economia e a saúde estão no topo das manchetes e das estatísticas em razão da pandemia do Covid-19. No entanto, os últimos dois meses também estão agravados pela falta de chuva. Medidas drásticas estão sendo tomadas para garantir água às famílias e, na agricultura, as perdas já são enormes.

DESDE 2012, CIDADE REGISTRA OS PIORES MESES DE MARÇO E ABRIL

O morador do Travessão Rubenich, Lauri Rohr, 50 anos, é uma referência da cidade sobre as estatísticas de chuva. Desde de 2012, diariamente, ela monitora os milímetros diários e os números dos últimos dois meses são os mais temerosos. Antes de março, os meses com menor quantidade de chuva chegavam a 90 milímetros. Neste mês de março, no entanto, choveu apenas 25mm. Em abril, até essa quinta-feira, eram 29mm. “Isso nunca havia acontecido. Estamos todos preocupados e assustados com a situação. Na lavoura, está havendo muita perda e, com os açudes secando, até a água para os animais poderá faltar. Meu irmão tinha a previsão de colher 120 sacos, mas só conseguiu 33”, disse ele. Lauri decidiu iniciar a medição por curiosidade e, agora, isso faz parte da rua rotina. “Nunca falhamos um dia sequer. Sempre que chove, anotamos a quantidade em uma planilha. Anos atrás, sempre ouvia sobre a medição da chuva e, curioso, fui atrás para saber como fazia. Na época, a gente plantava feijão e milho na propriedade e manter esse cuidado era uma ajuda a mais. Depois, por questões de saúde, tive que parar de trabalhar no plantio, mas continuei medindo. Parei de plantar, mas sinto a tristeza por quem ainda depende da terra e agricultura para viver; estes dias estão preocupantes e tristes demais”, relata.

AÇUDES SECANDO E POUCAS FRUTAS 

Os dois meses quase sem chuva também afetam a colheita de frutas e ameaçam os açudes particulares. “Temos diversas árvores frutíferas e elas estão quase sem frutas. Essa é uma época que elas estariam carregadas. Chegávamos a ter tanta bergamota que distribuíamos. Esse ano não será assim. Um dos meus açudes, utilizado para dar água ao gado, reduziu um metro em três semanas. Ainda temos cerca de 1,20mm, se não chover nas próximas semanas, ele irá secar”, conta Lauri.

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