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Mais de 130 pessoas já foram demitidas em Herval só no setor calçadista
Santa Maria do Herval – O ano começou bem. A expectativa do setor calçadista em Herval era boa para 2020, tanto que, até março foram registradas 120 novas contratações para as fábricas de calçados. Mas com a proliferação do Covid-19 os pedidos baixaram e a produção foi desacelerando. Com isso, desde janeiro até final de abril foram contabilizadas 134 demissões, sendo que o pico desses desligamentos foi em abril.
Esses números são do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Calçados, que representam uma estabilidade levando em conta o cenário anteriores à crise, mas, ao mesmo tempo, reflete no tamanho do impacto que o setor sofreu diante da perspectiva de crescimento e geração de emprego para 2020.
Aumento nas demissões
Para se ter um parâmetro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) de 2019, ao longo de todo o ano passado Santa Maria do Herval teve 85 admissões em todos os setores; no mesmo período teve 38 desligamentos. Ou seja, só até abril de 2020 houve 28% a mais de demissões só levando em conta o setor calçadista, comparado ao ano passado em todos os setores ao longo dos 12 meses.
Perda
No final do ano passado, o setor dos calçados fechou com 912 funcionários na categoria. Somando com as novas contratações desse ano chegou a 1.032 trabalhadores. Com isso, em 2020 o setor perdeu 12% dos vínculos empregatícios no município com as 134 demissões.
“Todas as fábricas do calçado estão trabalhando”
De acordo com o presidente do Sindicato, Elario Enio Becker, a situação se manteve estável e o número de demissões não é alarmante até o momento. “Ficamos na expectativa que se mantenha assim para melhor; entendemos que o atual cenário não está sendo fácil para ninguém, principalmente para os empresários”, destacou.
Elario frisou um ponto importante, pois, mesmo que a atividade econômica tenha diminuído e demissões acontecido, até o momento todas as empresas do município estão mantendo as atividades e produzindo, mesmo que em escala menor. “Por hora todas as fábricas do calçado estão trabalhando. Continuamos esperançosos para que esta situação tenha um final ou uma melhora o quanto antes para o bem de todos”, comentou, enfatizando que “não queremos perder vidas e precisamos que as pessoas tenham saúde e emprego”.
Crise no geral
Não existem números oficiais quanto à todos os setores do município mas, além do calçado, muitas outras atividades econômicas de Santa Maria do Herval foram fortemente afetadas. O Frigorífico Boa Vista, uma das principais empresas da cidade, demitiu cerca de 80 dos seus funcionários no mês passado. Além dessa, outros pequenos e médios empreendimentos comerciais e industriais estão sendo gradualmente afetados pela crise econômica.