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Depois da estiagem, chuva em excesso e frio começam a prejudicar a agricultura
Herval/Morro Reuter – A agricultura vem enfrentando dificuldades desde novembro do ano passado, quando começou a faltar chuva. De dezembro até abril a situação foi se agravando e no mês de maio chegou ao seu ápice, com falta de água até para o consumo dos animais. A situação melhorou quando voltou a chover, entre final de maio início de junho.
Porém, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria do Herval, Fábio Wobeto ressaltou que nos últimos dias acendeu uma nova preocupação aos produtores porque as fortes geadas, aliadas ao grande volume de chuva, têm castigado as plantas. Segundo ele, na semana passada foi registrado no município um acumulado de 210 milímetros em apenas uma noite. “Esse ‘açude’ que vocês veem na foto na realidade é uma lavoura de batata pronta para colher, que agora vai apodrecer por causa da água”. Fábio também lembra que nos últimos meses foi uma série de fatores que se somaram para elevar os prejuízos. “Temos muita perda neste ano entre seca, pandemia, chuva muito forte e geada”.
Difícil de vender
A situação se repete em mais municípios da região. Pedrinho Becker, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Irmãos e Morro Reuter, destaca que alguns produtores de lenha estão preocupados com a dificuldade em conseguir comercializar a madeira que já está colhida e corre o risco de apodrecer se ficar muito tempo estocada. Os maiores compradores eram os curtumes, que também tiveram suas atividades reduzidas em função da recessão no setor calçadista. Produtores de mel também sentem a queda no preço do produto porque na época que não chovia as abelhas conseguiram produzir muito bem e com isso aumentou a oferta do produto. A consequência é a queda nos preços. Na localidade de Walachai, Ignácio Henrich chegou a vender o mel a R$ 18,00 o quilo quando tinha pouco. Mas com a crescente oferta está difícil de conseguir pegar os R$ 12,00.