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Por que devemos questionar o decreto do governador e seus reflexos em Dois Irmãos

13/07/2020 - 07h14min

Por

Mauri Marcelo Toni Dandel

 

MEIO-FIO EM MESA

Virou uma cena comum ver pessoas sentadas no meio-fio fazendo um lanche ou almoçando. Ou dentro dos carros. É incrível este decreto do governador, pois o restaurante ou padaria pode vender, pode ter fila, mas ninguém pode sentar para comer um mísero pastel lá dentro ou em uma mesinha na rua! Nem pode ir na praça comer à sombra de uma árvore, porque elas estão fechadas! Quem tiver um “piriri” está lascado, porque o banheiro público está fechado!

PODE OU NÃO?

Um restaurante pode vender a comida, mas não emprestar o talher! Dias atrás, encontramos vários vendedores de uma empresa de Estância “fazendo a praça” em Dois Irmãos. Eles foram a um restaurante, retiraram a comida, mas não tinham talheres e nem local para comer.

NÃO QUER CALAR

Quem nunca viu, nesta época, alguém na rua comendo um pastel ou tomando um refrigerante? Qualquer degrau virou cadeira…

PODE OU NÃO PODE

Não quero discutir os decretos do governador nem, com isso, criticar o comércio que está conseguindo abrir. Tem que dar graças a Deus (e ao governador) se ele está te deixando trabalhar.

Mas veja bem: você pode ir a uma academia cuidar dos músculos, mas não pode ter uma refeição em paz. Você pode cuidar do corpo, mas não consegue saciar sua fome.

Eu sei que academia faz bem a saúde, e isso aumenta a imunidade, que é importante para combater o vírus. Nem se questiona isso!

PRIMEIRA

Mas se a gente quiser analisar por outro viés, para contrariar o governador, vale a pergunta: você pode ir lá puxar ferro na academia ou ir dar banho no cabelo em um salão, mas vai morrer de frio se depender de uma loja estar aberta para te vender um casaco. Quem disse que uma blusa, em uma situação destas, não é um item de primeira necessidade? Quer outra?

Você pode ler esta coluna (ainda) mas não pode ler o folheto da Missa ou do culto, porque a igreja está fechada!

Você pode ir ao banco discutir investimentos ou se hospedar em Gramado ou Camboriu “no findi”, mas não pode comprar um simples guarda-chuva para trabalhar, como na terça chuvosa que tivemos! Você pode se divertir na rua em finais de semana, mas não pode trabalhar!  Aliás, alguns estabelecimentos como cartórios, tabelionatos e lotéricas são obrigados a trabalhar em horário reduzido, mas, talvez eu seja o único jumento que não entenda esta determinação de achar que isso só aumenta a possibilidade de aglomeração!

Enfim, não estou criticando quem pode abrir. A academia tem que estar aberta, mas a loja também, assim como o mercado e o salão de beleza. Todos deveriam estar abertos, nem que as normas fossem mais rígidas. A que ponto chegamos, onde o governo nos esfola com impostos e ainda se dá ao luxo de decidir quem pode ou não trabalhar.

Sobre isso, eis a mensagem positiva do dia: “O que eu mais temia, me sobreveio”, do livro de Jó, na Bíblia. Ou seja, fique alimentando seus medos, fique pensando em desgraça que você vai conseguir!

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