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Presidiário é identificado como autor do “golpe do nudes” em Dois Irmãos

19/10/2020 - 17h48min

Atualizada em 19/10/2020 - 18h07min

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – A Polícia Civil identificou recentemente o autor de um dos “golpes do nudes” registrado na Delegacia de Dois Irmãos no dia 10 de fevereiro desse ano, onde a vítima – um homem de 53 anos morador do município– perdeu R$ 6.500 através do estelionato que já havia começado em janeiro. Trata-se de um detento de 23 anos que está preso na Penitenciária Estadual do Jacuí em Charqueadas e, o crime, foi cometido de dentro da cela.

De acordo com o delegado Felipe Farias de Borba o crime aconteceu usando a mesma metodologia dos demais casos já registrados na Delegacia. Entretanto através das brechas deixadas pelo detento foi possível identifica-lo via cruzamento de alguns dados que foram rastreados, como o número de telefone usado para criar um perfil falso no Facebook no nome da sua namorada. “Ele usou um número de telefone que estava registrado no nome dele mesmo. A conta usada para depósito é da mãe de um colega de cela e, o nome usado para ‘seduzir’ a vítima é da própria namorada dele”, contou, explicando que conseguiram chegar nele através desse número de telefone e, analisando o cadastro da conta beneficiária verificaram os vínculos e identificaram que tudo apontava para a participação do indivíduo no crime.

Amadorismo

O delegado destacou que é de conhecimento da polícia que esse tipo de golpe é praticado por detentos já que, de alguma forma ou de outra, eles conseguem ter acesso aos aparelhos celulares. Cabe agora ao sistema penitenciário apurar como o preso conseguiu ter acesso ao aparelho dentro da cadeia.

Também foi apurado pela polícia que a extorsão aconteceu no mesmo dia em que a namorada visitou o detento no presidio. De acordo com o delegado Borba, houve um certo amadorismo por parte do estelionatário já que, raramente, escolhem vítimas do mesmo estado. Tanto o golpista como a mãe do segundo preso serão indiciados por extorsão; a mulher será indiciada por ter fornecida sua conta bancária. O preso já tem antecedentes por tráfico de drogas, roubo a pedestres e transporte coletivo.

Borba conta que a vítima quase chegou a depositar mais R$ 6.500 na conta do criminoso, mas, ao chegar no banco para efetuar o segundo depósito foi alertado pelos funcionários que poderia se tratar de um golpe e que deveria procurar a polícia.

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O delegado explica que ao criar o perfil falso usando as informações da própria namorada o estelionatário enviou uma solicitação de amizade para a vítima. Logo iniciaram as trocas de mensagens pelo Messenger e, em seguida, pelo WhatsApp, onde o criminoso enviou fotos íntimas de uma jovem e agendou um encontro. Feito isso a vítima já recebeu uma ligação do golpista – que se dizia cabo da Polícia Civil e pai da suposta jovem de quem havia recebido fotos -, afirmando que se tratava de uma garota menor de idade. O golpista teria dito que ela precisava ser internada por problemas psicológicos e, se o homem não pagasse, seria preso. Com medo, efetuou o depósito.

A polícia já orientou em diversas situações nenhum agente entrará em contato via telefone ameaçando ou exigindo dinheiro e, se acontecer, a primeira coisa a se fazer é procurar a delegacia pois se trata de golpe. Além disso, alerta para o uso das redes sociais; somente devem ser aceitas amizades após uma análise do perfil e, de preferência, de pessoas conhecidas; alertando, também, que qualquer contato com menores pode vir a ser considerado pedofilia.

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