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Papelarias da região opinam sobre o destaque de vendas apontado pelo IBGE
Ivoti/País – As vendas no varejo nacional no mês de setembro cresceram 0,6% frente ao mês de agosto, quarta taxa seguida de alta na comparação mensal. No acumulado do ano, o comércio alcançou patamar de estabilidade, ou seja, recuperou todas as perdas do ano que haviam sido registradas com a pandemia de Covid-19.
Os dados foram revelados na quarta-feira, pelo IBGE, e mostram também que, na comparação de setembro deste ano com o mesmo mês de 2019, houve crescimento de 7,3% no país. No Rio Grande do Sul, o nono mês de 2020 teve aumento nas vendas de 1,1% sobre agosto, depois de um mês de estabilidade, como havia sido registrado em agosto sobre julho.
Chama a atenção outro dado, apresentado na Pesquisa Mensal do Comércio. O setor que mais teve alta em setembro sobre agosto foi livros, jornais, revistas e artigos de papelaria, com alta de 8,9% no período. Ainda assim, o indicador, no ano, apresenta queda expressiva de 36% em relação a 2019. Segundo o IBGE, o segmento não está mais em baixa, mas em estabilidade.
É algo que não surpreende Henrique Dienstmann, proprietário da Clip Dienstmann, que atualmente tem quatro lojas, em Estância Velha, Novo Hamburgo, Portão e Ivoti, e pretende abrir mais uma até o final do mês em Dois Irmãos. “São números lógicos, impulsionados por não haver aulas, por exemplo, afetando as vendas de material escolar”, afirma ele.
A rede Dienstmann, que faz parte da Clip, com mais de 50 lojas, só não teve uma queda expressiva, de acordo com Henrique, pois a venda de outros produtos, como artigos de cama, mesa e banho e utensílios domésticos, ajudaram a sustentar o negócio. “A diferença mês a mês, embora positiva, não deve ser levada muito em consideração, por causa da pandemia”.
O que pode explicar o crescimento do setor
Este crescimento, segundo ele, pode estar relacionado a alguns locais do país já terem retornado às aulas presenciais. “Nossa intenção é comprar de 30% a 40% menos para a volta às aulas de 2021. Na Europa, já recebemos estudos que houve uma queda de 70% a 80% na venda de uniformes, 50% a 55% na venda de mochilas e 30% a 35% na venda de cadernos”.
Com a melhoria nas vendas, mas ainda sob efeito da Covid-19, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou de -4,2% para -3,6% a estimativa da queda no país das vendas no chamado varejo ampliado, que inclui materiais de construção e setor automotivo. Já para o varejo restrito, que inclui os dois itens, a projeção para 2020 é alta de 1,9% sobre todo o ano de 2019.