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Há nove eleições, prefeitos e vices têm que morar em Herval ou Boa Vista

12/11/2020 - 17h53min

Atualizada em 14/11/2020 - 10h17min

Mapa mostra a sede de Herval e Boa Vista onde, obrigatoriamente, moram os candidatos a prefeito (Mara e Sérginho) e vices (Gilnei e Solange)

Por Mauri Toni Dandel / Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – O que dizer de um município onde os candidatos a prefeito e vice, há 32 anos (nove eleições), têm que ser moradores de dois locais específicos? Historicamente os candidatos à majoritária de Santa Maria do Herval sempre se dividiram entre a sede do município e a comunidade de Boa Vista do Herval. As quatro únicas vezes em que esta “regra” foi descumprida, com a dobradinha morando no Centro ou ambos em Boa Vista, perderam a eleição.

É uma tradição atípica, visto que, na maioria dos municípios, em primeiro lugar para escolher os candidatos está a popularidade, o partido e outras questões. Não é o que ocorre no município de Herval. Quando cada partido faz sua convenção, na hora de escolher os candidatos à majoritária, se o prefeito é da sede, o vice, obrigatoriamente terá de ser morador de Boa Vista. E vice-versa.

Este costume é um tanto estranho, mas é praxe inquestionável em Herval. Tanto que nessas eleições não foi diferente. Pela oposição o candidato Sérginho Boufleur (PP) é morador do Centro e sua vice Solange Johann (PTB) mora em Boa Vista do Herval. O mesmo ocorre com os candidatos à reeleição; Mara Stoffel (PDT) é candidata à prefeita e mora no Centro, enquanto que seu vice Gilnei Capeletti (MDB) reside em Boa Vista do Herval.

Em tempo: o município tem, além da sede e Boa Vista, outros 16 bairros e comunidades.

As chapas seguem à risca: um de Herval, outro da Boa Vista

O QUE DIZ SÉRGINHO

Questionado, Sérginho confirmou que de fato isso ocorre e que nesse pleito isso foi observado durante a escolha dos candidatos. “Não é estratégico, mas o Centro e Boa Vista são dois bairros distintos e sempre houve aquela hegemonia entre os partidos; dois se encontraram e fizeram suas oposições. Então sempre se pensou que, como são localidades grandes, dois candidatos do Centro não seria viável para a contagem dos votos, não acrescenta entre um bairro e outro”, disse Sérginho, dando a entender que se trata, sim, de uma estratégia apesar de afirmar que não.

O QUE DIZ MARA

A candidata Mara afirmou que a escolha dela e de Gilnei não se deu por este motivo geográfico, tanto nesse pleito como em 2016. “Não tinha reparado, mas realmente é verdade. Acredito que seja porque são os dois maiores colégios eleitorais. Mas a nossa questão não foi direcionada para isso, era porque tinha afinidade na dupla”.