Aos 100 anos, Erna Hopner costura colchas de retalhos em Dois Irmãos

Por

Rogério Savian

Dois Irmãos – Nascida no dia 19 de dezembro de 1919, dona Erna Blondina Hopner completa 101 anos no próximo sábado. Ter mais de um século de vida não a impede de ter o dia cheio de atividades. De acordo com a neta, Micheli Borowski Bohn, para ocupar o tempo, a vó adora costurar. O dia dela começa cedo e após o café da manhã vai até a máquina de costura, sua companheira de trabalho há muito tempo. Enquanto costura colchas de retalho fica atenta às notícias na televisão. Ao meio-dia almoça e tirar um cochilo até às 14h. Depois volta para costurar até por volta das 17h, quando chega a hora de tomar chimarrão e descansar um pouco. Muito religiosa, evangélica, ela não trabalha aos domingos, pois considera dia sagrado.

Atualmente Erna mora na casa da filha Marli, no bairro Vale Verde. Ela é natural de Porto Lucena, na região noroeste do Estado. Morou em Santa Rosa por mais de 10 anos e tinha o hábito de vir passar alguns meses em Dois Irmãos com a família. Casada com agricultor, sempre se dedicou a cuidar da casa e dos cinco filhos, dos quais duas moram em Dois Irmãos e cuidam dela. Também possui 10 netos (1 falecido) e 12 bisnetos.

Diante de um século já vivido, a aposentada está bem de saúde. Nunca teve problema grave, apenas usa medicamentos básicos. Ela acredita que um dos motivos de se manter assim são os hábitos saudáveis que sempre manteve. Entre eles estão o desenvolvimento de tarefas que ocupam o corpo e a mente. “Ela é muito esforçada. Esses dias teve um mal-estar e eu disse que teria que melhorar logo pra terminar uma colcha de retalhos, que tinha vendido pras minhas colegas de trabalho. Daí ela disse: sim eu tenho umas quase pronta. Vou ter que terminar. No outro dia estava ela na máquina terminando pra mim entregar”.

Muito querida
Os familiares contam que dona Erna é um grande exemplo de vida para todos e isso os enche de orgulho. “Fizemos de tudo para que ela tenha conforto nesse tempo de vida que ainda resta. Para o aniversário dela estamos planejando uma tortinha em casa, com todos os cuidados para comemorar a data”. Para facilitar a locomoção, ela utiliza uma cadeira de rodas. Mas sua memória é muito boa e lembra de datas, nomes e adora conversar sobre os mais diversos assuntos. “Essas coisas emocionam porque pra ela não tem tempo ruim. Ela sempre diz que trabalha na máquina de costura pra não pensar besteira”.

Três dos 12 bisnetos de dona Erna. (Foto: Arquivo pessoal)

Ligada à tecnologia

Sempre ligada a tudo o que está acontecendo, a aposentada não perde tempo e utiliza da tecnologia para se manter em contato com a família, ainda mais neste ano em que é preciso evitar visitas em função da pandemia. Para matar a saudade, a internet ajuda bastante. “A forma de comunicação com os filhos é por videochamada. Ela fica encantada em poder ver e ouvir eles. Esses dias falou com parentes da Argentina”, conta Micheli. Antes da pandemia costumava conversar com as vizinhas, em alemão.

Erna conversa com os familiares por videochamada. (Foto: Arquivo pessoal)