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Urubus avistados no Centro de Estância Velha oferecem algum risco à saúde?
Estância Velha – Recentemente, foram localizados alguns ninhos de urubu no Centro do município, onde são avistados com certa frequência. Mas afinal, estes animais que rondam as proximidades da Praça 1º de Maio, assim como outras localidades do município, oferecem algum tipo de risco à saúde?
Para responder esta questão, a reportagem do Jornal O Diário conversou com a bióloga Karen Romano Krause, que trabalha na Secretaria de Meio Ambiente do município, e contou um pouco mais sobre a espécie que é circundada de simbologias e superstições.
Segundo ela, o urubu mais comumente observado no Centro é o Coragyps atratus, ou urubu de cabeça preta. Pelo fato de ser uma da espécie que se aproxima do homem e das cidades, em busca de alimentos em decomposição, são frequentemente vistos nestes locais, também habitando aterros de lixo e semelhantes.
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Quanto a riscos, a bióloga afirmou que os urubus não oferecem nenhum tipo de perigo à saúde, mas sim o maior problema trazido está ligado a serem animais inconvenientes e desagradáveis de conviver, pois são aves grandes e que se alimentam, substancialmente, de carne em putrefação.
“Na primavera eles se aproximam dos prédios em busca de locais para fazerem seus ninhos, que acabam ocorrendo muitas vezes em floreiras, sacadas, caixas de ar condicionado, etc. Cabe alertar que para evitar estes inquilinos sazonais, as recomendações são vedar aberturas, tampar floreiras vazias e colocar elementos brilhantes como CDs pendurados nas sacadas para servirem de afastadores das aves”, explicou a profissional.
Importante também lembrar que estes seres tem hábitos de fidelização, ou seja, uma vez escolhendo um local, tendem a retornar sempre para este, se as condições os permitirem.
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“Por exemplo, o prédio em questão deve eliminar todos os possíveis pontos de abrigo, porque se o indivíduo não achar abrigo no local que outrora usou, ele irá buscar no andar de baixo ou de cima ou ao lado. Nestes casos, a neutralização deve ser geral e não por ações individuais” complementou.
PRESERVANDO OS URUBUS
Karen também salientou que, os ninhos de espécies nativas como o urubu, são protegidos pelas Leis de Crimes Ambientais, e disse ainda que, após a postura dos ovos, os ninhos não podem ser removidos até a total independência dos filhotes (quando aprendem a voar).
A profissional destacou que “a aproximação deles com as cidades se deve a perda dos habitats naturais gradativa que eles sofrem. Essa pressão faz com que eles acabem por buscar estes meios urbanos”.
Por fim, ela ressalta que, ecologicamente, os urubus são importantíssimos por justamente se alimentarem de detritos, ajudando na limpeza e depuração dos ecossistemas.