Panela de Pressão
Ivoti: verão, administração pública e variedades
Raul Petry –[email protected]
VERÃO
Tinha um tempo em que por pressão dos funcionários das Obras, mudou-se no verão o horário em que trabalhavam. Passou a ser das 6 às 13 horas. O motivo alegado era o calor no verão. Meu Deus do céu, tem absurdo maior do que este? Na prática trabalhavam das 7 ao meio-dia. Isto foi no tempo de Arnaldo, quando tudo era permitido, inclusive um absurdo desses. Quer dizer que o pessoal da iniciativa privada pode trabalhar sob o sol a pino e os funcionários públicos não?
ADMINISTRAÇÃO
Afinal, qual a função de um secretário da Administração? Por se tratar de um cargo político, não deve ter lá muita coisa para fazer. Refiro-me ao cargo por causa da mudança que houve. O prefeito Martin só mudou duas secretarias. Uma por necessidade, porque o vice e secretário de Obras largou a política, e a outra foi a mudança na Secretaria da Administração. Martin deve estar trabalhando para promover o nome de Marcelo Frohlich com vistas a uma futura eleição. Caso contrário, não teria motivos para promovê-lo ao andar onde fica o gabinete do prefeito. É para Marcelo ir se acostumando com as rotinas de um prefeito, já que ele é o atual vice e candidato natural para sucedê-lo.
CEDO
A promoção natural de Marcelo não tem nada de errado. Martin vai querer fazer o seu sucessor, só que tem duas coisas. A promoção do vice começou cedo, já no início do mandato, antes mesmo de assumir. Cedo talvez por um motivo muito especial. Durante a campanha surgiu uma conversa de que o deputado federal Marcel Van Hattem queria muito que Martin fizesse dobradinha com ele para deputado estadual, enquanto Marcel concorreria de novo a deputado federal. Para tanto, Martin entraria no Partido Novo do deputado.
NOVO
Dentro desta linha, a visibilidade de Marcelo teria que começar cedo porque ele já assumiria no ano que vem. Marcel foi o deputado federal mais votado do Estado e a sua campanha é feita basicamente nas redes sociais. Inclusive ele orientou a campanha de Martin, que foi basicamente nas redes sociais. A manobra, se concretizada, traz um risco. Se Martin não se eleger deputado, não pode mais reassumir. E o eleitor ficaria privado do prefeito eleito por mais da metade do mandato.
RACHA
O outro risco seria o racha que o nome de Marcelo Frohlich traria ao PP. O vereador mais votado da história de Ivoti, Alexandre Borracheiro, ficou muito magoado depois que foi ignorado por Martin, que escolheu Marcelo para ser seu vice. Borracheiro esperava ser ele o candidato a vice, e, à última hora, foi para a banha. Se Martin realmente concorrer a deputado, os quatro vereadores do PP provavelmente deixarão o partido e a administração de Martin corre o risco de ficar sem nenhum vereador na Câmara. O risco é real porque o nome de Marcelo não é aceito pelo grupo de vereadores. Inclusive, em caso de não eleição para deputado, Martin corre o sério risco de ver a sua vitoriosa carreira de político ser arranhada seriamente, perante os seus colegas e também ao próprio povo. Será que os eleitores aceitariam a eleição de um prefeito para apenas um ano e meio? Isto tudo são apenas conjecturas, por enquanto.