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DIÁRIO DA 3ª IDADE: Bockorny e esposa são pioneiros em alimentos para a merenda

19/02/2021 - 13h00min

Atualizada em 19/02/2021 - 13h13min

São José do Hortêncio – Aproveitar as oportunidades que surgem é muito importante para os produtores interessados em agregar renda à sua propriedade, investindo no trabalho incessante e na diversificação da produção.
Amor ao trabalho braçal é o sinônimo de energia para seguirem em frente. Essa é a ideia de Lídio Bockorny, de 67 anos, e sua esposa Renita Trein Bockorny, 65, que contam com uma variedade de alimentos na sua propriedade de 21 hectares. Eles têm o auxílio da filha Adriana, 43, que atua na parte administrativa. Parte da produção vai para complementar a merenda escolar.

Bockorny e esposa trabalham desde criança e amam trabalhar na roça (Cândido Nascimento)

Apesar da pandemia houve vendas

Segundo a família, a pandemia dificultou inicialmente as vendas para o segmento da merenda escolar. Havia alho, cebola e feijão no depósito. Não houve perdas totais porque o município fez kits para distribuir às famílias dos estudantes, e a situação foi contornada em 2020.
A expectativa para 2021, a partir da volta às aulas de forma presencial, é que a situação se normalize. “Não vai ser como antes, vai ser diferente”, observa a família.
Uma parte dos produtos é vendida para a Ceasa, através da parceria com o produtor Paulo Kunzler, que duas vezes por semana vai ao local de distribuição dos produtos oriundos da agricultura familiar.

 

Produção é diversificada na propriedade familiar

Produção de leite e variedade de produtos

Uma das atividades desenvolvidas na propriedade familiar é a produção de leite, que é repassado à Cooperativa Piá, na qual a família é associada.
Na propriedade é plantado milho, aipim, feijão, cebola, alho e cítricos. Para o consumo próprio tem pimentão, pimenta do reino, acerola e até um pé de oliveira e de hibisco.
Para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) são fornecidos feijão preto ou carioquinha, cebola e alho. A família é pioneira no fornecimento de produtos para a merenda escolar, atividade que faz desde 2013.
Aipim, laranjas, bergamotas e limões são levados para a Ceasa através de um produtor parceiro. Parte da produção de cítricos vai para uma fábrica de sucos de Bento Gonçalves.

O leite é repassado à Cooperativa Piá

 

“Desde criança trabalhamos na agricultura”

Radicado em Hortêncio desde a década de 1973, quando casou, Lídio fala do trabalho suado, da rotina diária e das dificuldades enfrentadas no serviço do campo. Ele e a esposa começaram muito cedo a ajudar os pais.
“Eu sempre trabalhei na agricultura familiar, desde os 7 ou 8 anos fui para a roça”, explica o produtor. Pela manhã, antes mesmo de ir para a escola, levantava pelas quatro horas e recolhia os bagaços da cana que se acumulavam junto ao galpão da família. Voltava para tomar café e depois ia para a escola.
Na parte da tarde, várias tarefas aguardavam o jovem Lídio na propriedade familiar. Ele tinha que descascar um balaio cheio de milho, fazer uma lenha fina para acender o fogão. A partir dos 10 anos o produtor já acompanhava todo o serviço da roça. Segundo lembra a esposa Renita, “a gente tinha 10 anos e trabalhava mais que um adulto hoje”.

Maquinário para auxiliar no serviço

As máquinas são importantes para lavrar a terra. O produtor vendeu um trator mais antigo para comprar um Massey Fergusson 250 em 2009, aproveitando as condições do programa Mais Alimentos do Governo Federal. Ele reformou um carroção antigo, que ficou em plenas condições de uso.
O leite, que antigamente era tirado manualmente, é extraído por ordenhadeiras e, se antes era guardado em tarros, hoje é acondicionado em um resfriador inoxidável que comporta 160 litros.
A cada dois dias, a Cooperativa Piá retira o leite na propriedade familiar. A venda mensal alcança até 2.200 litros.

O próprio milho plantado: motivo de alegria

Se havia a ideia que a semente que se origina de outras compradas não são boas, a experiência de Renita mostra o contrário. De um punhado de sementes ela conseguiu obter 21 quilos.
“A gente planta o nosso próprio milho para tratar os animais, ainda faz a silagem que alimenta o nosso gado durante o ano todo, e vendemos o que sobra”, explica Bockorny.
Já a esposa comenta com orgulho sobre as sementes multiplicadas: “fiz as minhas próprias sementes de milho, e sabe que ficaram melhores do que as do milho comprado?”

Números da produção e colheita

Leite 2.200
Aipim 200 caixas
Laranja 1.000 caixas
Limão 200 caixas
Bergamotas 700 caixas

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