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Tradicional Boliche Ivoti fecha as portas neste mês

07/04/2021 - 20h42min

Atualizada em 07/04/2021 - 20h45min

Boliche Ivoti esteve aberto há 13 anos no Centro (Crédito: Arquivo Pessoal
“Não tenho como manter o local aberto”, diz sócio

 

Por Felipe Faleiro

 

Ivoti – Com 13 anos de fundação, o tradicional Boliche Ivoti vai fechar as portas já no próximo final de semana. A informação foi divulgada por Odair Ferreira Roesler, o Oda, um dos sócios do estabelecimento, localizado em frente ao campo do Sport Club Ivoti, na rua Germano Hauschild, no Centro. O local havia sido aberto em março de 2008.

Ponto de encontro de atletas e palco de muitas comemorações, especialmente do Gaúcho, time de futebol de Ivoti que tem Oda como seu técnico e ecônomo, o Boliche Ivoti terá, inicialmente, as pistas desmontadas. No local, também funciona um restaurante, que atenderá até o próximo dia 30. Depois disto, também será encerrado.

 

Aluguel – “Não tenho como manter o local aberto. O aluguel não é barato, funcionários, luz, então cheguei num ponto em que estava pagando para trabalhar”, desabafa ele. Duas das quatro pistas pertencem a ele, e não serão vendidas, pois, segundo Odair, o valor oferecido por elas é baixo. Elas serão armazenadas em um porão na sede do Gaúcho, limpo especialmente para isto.

As outras duas pertencem ao sócio do local, Cláudio Hoch, de Estância Velha. A sociedade será também desfeita. “Talvez, se as coisas derem certo, podemos voltar algum dia, mas nada certo”, comenta ele. A situação complicou bastante com a pandemia. “A gente não consegue trabalhar, tanto aqui, como no Gaúcho. Ambos estão fechados e dependo de aglomerações”.

 

“Cheguei num ponto em que estava pagando para trabalhar”

 

Aluguel – Odair, até então, morava junto de seu estabelecimento, porém, como vai entregar o prédio, precisou alugar outra casa, no bairro Jardim Panorâmico. A situação complicada se arrasta desde o ano passado. O Boliche, cujos dias de maior movimento eram sextas-feiras e sábados, tinha oito funcionários fixos, mas Odair precisou dispensar quatro, e ficou com mais três freelancers.

A renda da família de Odair, de acordo com ele, depende tanto da sociedade no Boliche quanto do Gaúcho. Com o primeiro negócio encerrado, ele afirma que precisou se reinventar. “Vou fazer marmitas e entregas delas por aí. Tentar me virar. Daqui a pouco, é possível que retorne o futebol. Mas o boliche possivelmente será a última coisa a voltar”, diz o empresário.

O desabafo foi maior ainda nas redes sociais de Odair. “Seremos apenas um de muitos comércios que não conseguirão sobreviver a pandemia e regras impostas por nossos governantes. Jamais, na minha vida, pensei que um dia seria proibido de trabalhar. Ficarão as recordações e histórias”, escreveu ele no Facebook.

 

Ponto de encontro e entretenimento, reunia pessoas da região em suas pistas de boliche

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