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O que o Anuário da Cerveja 2020 revela sobre a Encosta da Serra
Região – O número de cervejarias de todos os tipos registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e atuantes na região da Encosta da Serra em 2020 se manteve em 11, assim como havia sido em 2019. Ainda, havia 278 produtos ativos em cinco municípios da região no ano passado, 36 deles criados durante o ano de 2020.
As informações foram divulgadas na semana passada pelo Anuário da Cerveja 2020, criado pelo próprio Mapa, a fim de trazer um panorama da atividade no País. A liderança na região é variada: Ivoti está em primeiro lugar em marcas totais, com 84 registradas, Nova Petrópolis lidera em cervejarias, com três, e Dois Irmãos ocupa o topo dos produtos criados em 2020, com 15 novos.
Produto Interno Bruto
O setor cervejeiro, em geral, é forte no País todo. Não há dados da região disponíveis, mas ele representa 1,6% do PIB nacional, gera 2,7 milhões de empregos e R$ 21 bilhões de impostos anualmente, conforme a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). E os números mostram que houve crescimento quando se fala em número de novos estabelecimentos.
No Brasil, houve um aumento de 14,4% no número de cervejarias criadas em 2020, em relação a 2019, ou 174 a mais, totalizando 1.383 ativas. O Rio Grande do Sul segue como o segundo estado com mais estabelecimentos, com 258, ou 9,3% a mais do que no ano anterior. À frente, apenas São Paulo, com 285. Já os produtos são 33.963 no País, mas o número de novos caiu de 2019 para 2020.
“Na minha percepção, acho que este aumento se deve muito à demanda reprimida do encaminhamento de novos registros que havia no próprio Ministério. Com a pandemia, tudo o que estava travado foi ajustado, especialmente com novos processos feitos remotamente”, opina o proprietário da Cervejaria SteinHaus, de Picada Café, Ricardo Fritsch.
Reformas no presente da SteinHaus
A SteinHaus, considerada a única a trabalhar exclusivamente com orgânicos do Brasil, foi fundada em 2015, e já tem o registro no Mapa. Fritsch conta que, na falta dos eventos e do público, está investindo em reformas, não muito diferente do que outros proprietários estão fazendo, alguns deles para atender as próprias exigências do Ministério.
“Quando vimos que a pandemia não duraria apenas um ano, chamamos um escritório de arquitetura e transformamos o espaço em um canteiro de obras. Vamos ter um espaço de restaurante e a ideia é oferecer, em 2022, um cardápio que não existe atualmente na região. Este foi o momento para investirmos em um novo espaço físico”, projeta Fristch.
As punições para o comércio sem registro
O diretor da Cervejaria Hunsrück, de Dois Irmãos, Miguel Engelmann, foi entrevistado, na semana passada, no programa Diário do Empreendedor. Questionado sobre como está o mercado, a partir dos dados divulgados pelo Anuário, ele disse concordar ter havido um aumento no número de produtores de cerveja no País.
Durante a entrevista, veiculada no mesmo dia da publicação do documento, Engelmann ainda salientou a importância de se estar registrado no Ministério da Agricultura. “Hoje, em alguns eventos, quando você vai, precisa fornecer o número do registro. Então, a atividade, a meu ver, foi bastante profissionalizada”, comentou o diretor da Hunsrück.
Até porque burlar as leis pode pesar no bolso. Comercializar cerveja, artesanal ou não, sem o registro no Ministério da Agricultura, é ato proibido, e suas punições, previstas no decreto federal 6.871/2009, vão desde a advertência até multa de R$ 117 mil, bem como interdição, cassação do registro do estabelecimento e suspensão da fabricação do produto.
O que revela o anuário sobre a região
Número de cervejarias
Número de marcas/produtos