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Coluna Nova Petrópolis

Nova Petrópolis: matou no peito, desvio de função, trabalho das obras, sem retrabalho

19/05/2021 - 06h05min

Raul Petry – [email protected]

 

MATOU NO PEITO

 

O secretário de Obras, João Carlos da Silva, participou da sessão da Câmara de Vereadores na noite da segunda-feira. Na sessão anterior, o vereador Oraci de Freitas levantou a possibilidade de estar havendo desvios de funções na Secretaria de Obras. Para resumir, alguns motoristas de caminhão teriam operado a pá carregadeira. Quando esse assunto surgiu, os demais vereadores ficaram meio pasmos, achando que seria muito difícil descascar esse abacaxi. O secretário foi convidado para a sessão seguinte e não negou o fato. Pelo contrário, deu até detalhes do que aconteceu. Admitiu que houve o tal desvio de função, mas lembrou que a mesma lei que veda tal prática de um modo geral, também a permite em determinadas circunstâncias. Oraci de Freitas chegou a fazer contestações, mas sobre assuntos secundários.

 

DESVIO DE FUNÇÃO

 

João Carlos da Silva explicou que durante o auge da pandemia, especialmente em março e abril, ele podia contar só com 25% do efetivo da Secretaria de Obras. Mas a demanda por serviços não diminuiu. Pelo contrário. As máquinas ainda estavam correndo atrás do tempo perdido, já que depois da eleição perdida o ritmo das obras diminuiu muito em 2020. Foi neste contexto de dificuldades que alguns motoristas teriam se oferecido para carregar os próprios caminhões. Na verdade, estes servidores quebraram um baita galho. Na letra fria, cumpriram uma função que não era deles, já que o seu serviço é dirigir caminhão. Mas aí está o pulo do gato. João disse que não teve tempo de ensinar ninguém nestes quatro meses de trabalho. Ou seja, aqueles motoristas de caminhão aprenderam a operar a pá carregadeira em anos anteriores, quando o secretário de Obras era Freitas. Foi só falar isso que o assunto estava encerrado.

 

TRABALHO DAS OBRAS

 

Não tendo muito o que contrapor a respeito dos desvios de função, o assunto virou para o lado que realmente importa, que é a forma como a Secretaria de Obras vem conduzindo os trabalhos de manutenção e recuperação das estradas. As estradas que já foram arrumadas pela atual gestão estão cobertas de elogios. Pelo que se escuta e se vê, o serviço está sendo muito bem feito. O problema é que não se produz qualidade com pressa. E assim tem muitas estradas que ainda não viram as máquinas neste ano. Nestes lugares os moradores têm reclamado. O vereador Egon Ackermann levantou essa questão e perguntou se não seria melhor fazer um serviço mais superficial numa primeira fase e atender todo mundo logo, para depois voltar e fazer a recuperação completa. O secretário respondeu que esses serviços superficiais não duram um mês, ainda mais em tempos de muita chuva. Desta forma, logo as estradas estariam ruins novamente e as máquinas teriam que ficar correndo desesperadamente de um lado para o outro.

 

SEM RETRABALHO

 

A maior defesa para o secretário de Obras é a qualidade do serviço que ele vem realizando. Ele se valeu disso diante dos vereadores. Lembrou que o seu trabalho já chega a 4,5 meses e que as primeiras estradas arrumadas, lá em janeiro, ainda estão em perfeito estado de conservação. Como contestar um argumento desses? O  vereador Alexandre de Silva, que tem acompanhado de perto as obras, ainda emendou outra muito boa: qual foi a gestão que conseguiu passar em todas as estradas do município nos primeiros quatro meses?

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