Panela de Pressão
Ivoti: Heck, sonho, fulminante, outros
Raul Petry – [email protected]
HECK
A coluna de hoje não podia deixar de iniciar com a morte de Luis Carlos Heck. Ele foi vereador por cinco mandatos. Portanto, passou 20 anos sentado numa cadeira da Câmara de Vereadores. Ele era bastante conservador e avesso a mudanças que não condiziam com a sua opinião. No entanto, tinha muitas virtudes e entre as principais a honestidade e espírito comunitário. Além de vereador, foi secretário municipal e fora da vida pública estava sempre fazendo alguma coisa que ajudasse entidades beneficentes como a Apae, S.C.Ivoti, clube que presidiu e sempre foi um colaborador.
SONHO
Seu sonho era ser prefeito. No entanto, se sabe que muitas vezes não está ao alcance de alguns por puro azar mesmo. Se a pessoa não está no lugar certo e na hora certa, o cavalo pode passar encilhado e não ser montado. Heck não estava longe de virar prefeito, mas sempre encontrava uma pedra no sapato. Uma delas era ele próprio. Heck não era um sujeito simpático, o que já lhe tirava um dos predicados para ser homem público de sucesso. Além de não ser simpático, ele não transitava muito entre a população de todo o município. Como político, atuava em certos nichos do eleitorado, o que era considerado pouco. Por exemplo, Maria fazia votos em todo o município. Heck se resumiria a alguns bairros de Ivoti. Nos demais era pouco conhecido. Na hora da escolha do candidato para prefeito, isto conta pontos. Encontrando obstáculos aqui e ali ele passou a vida pública inteira sem conseguir ser candidato a prefeito. De qualquer forma, os cinco mandatos como vereador lhe conferem um cartel suficiente para alçá-lo a um dos mais importantes do município.
FULMINANTE
Não dá para entender este vírus. Heck morreu de Covid. Foi visto quinta-feira no Pronto Atendimento com ligeira tosse e demais sintomas da Covid. No domingo morreu. Ele já havia sido vacinado uma vez. Faltou a segunda dose, que está demorando para chegar nas pessoas. Para uns a Covid é implacável. Para outros nem sintoma oferece. Este mistério de as vezes o marido pegar e a mulher não ou vice-versa, não dá para entender. Aliás, afora os casos de surtos, quando mais pessoas de um mesmo círculo de amizades pega, a Covid passa a ser um mistério.
OUTROS
E é aí que nos perguntamos. Onde erramos para ainda estarmos tão atrasados com a vacina. Enquanto outros países afrouxam tudo, inclusive público nos estádios de futebol, aqui ainda estamos penando. É evidente que a resistência do governo federal de vacinar a população se reflete no nosso atraso neste quesito. Tivéssemos acreditado firmemente que a vacina seria a solução e muitas vidas seriam poupadas. A imprensa adepta do governo federal faz a seguinte manchete: “o Brasil já vacinou mais do que a população da França”. O problema é que o Brasil tem 3,5 vezes mais população que a França. Outra: lá o estágio de contaminação é muito menor do que aqui. Isso eles não dizem. Em suma, é outra realidade e não podemos nos comparar com eles. Resta-nos esperar a vacina chegar o quanto antes e o resto é chute no escuro.