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Saiba por que a conta de luz está subindo tanto no Estado e na região

20/06/2021 - 18h23min

Região – O mês de junho não está sendo fácil para os gaúchos. Pelo menos não no que diz respeito a um dos serviços essenciais que mais pesam no orçamento, a energia elétrica. Depois do aumento de quase 10% já previsto em lei e que entrou em vigor no sábado, agora a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirma que o reajuste imposto para adoção da bandeira vermelha 2 pode passar dos 20% no valor do kilowatt consumido nas residências e indústrias.

Ou seja, o consumidor poderá ter de arcar com um aumento total de 30% na conta mensal. A bandeira vermelha no nível mais alto se deve a estiagem na região Sudeste, onde estão localizadas as usinas hidrelétricas, que produzem energia usando água para o sistema da Região Sul do País. Com a falta de chuvas, os reservatórios estão em níveis críticos, fazendo com que seja aumentada a produção pelas usinas termoelétricas, que têm custo mais elevado de operação.

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, afirmou que o órgão regulador definirá os novos valores das bandeiras tarifárias até o final de junho.
Pela proposta apresentada em março pela agência reguladora, no patamar 1, a taxa adicional pode subir de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para R$ 4,599, aumento de 10%. No patamar 2, o reajuste pode chegar a 21%, passando de R$ 6,243 para R$ 7,571 a cada 100 kwh.

“O sistema é interligado. Se há problema em um lado, o outro sente”

Segundo o eletrotécnico de Estância Velha Leandro Backes, servidor aposentado da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), o sistema elétrico brasileiro é todo interligado e uma parte depende da outra para operar da forma correta. “Todo o sistema é interligado. Se há problema de um lado, o outro sente. E tem de ser assim para maior segurança e confiabilidade no fornecimento energia elétrica.”

Ele confirma justificativas da Aneel para a bandeira vermelha 2. “As barragens do Sudeste, onde estão as hidrelétricas, se encontram muito baixas e insuficientes para produzir a demanda exigida pelo Brasil. Outras fontes mais baratas para gerar luz, como a eólica, ainda são insipientes para a exigência de um País continental como o nosso”, destaca Backes.

Ele lembra que essa não é a primeira crise hídrica enfrentada pelo sistema. “Ocorreu algo semelhante entre os anos de 2001 e 2002, quando também houve acréscimo nas tarifas devido a estiagem. Infelizmente a estiagem na Região Sudeste é um fenômeno natural com o qual temos de conviver. O problema é que agora ocorre junto do aumento anual. A conta deve ficar pesada para todo mundo”, lamenta o eletrotécnico.

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