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Diário da 3ª Idade: a incrível história do artesão que coleciona chapéus

24/07/2021 - 10h39min

Por Cândido Nascimento

São José do Hortêncio – O morador Mário Petry trabalhou na antiga Calçados Arlede, mas também foi ecônomo da Sociedade São Jacob. Ele é conhecido por ser o presidente do Grupo da Terceira Idade Blumenstrauss e por um detalhe interessante também, o seu chapéu, um companheiro que nunca deixa de lado.
Personagens da literatura, como o detetive inglês Sherlock Holmes, dos filmes como Indiana Jones, e da TV como o Chaves, e até o Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o Rei do Cangaço, ficaram conhecidos pelos seus chapéus marcantes e característicos. Com Màrio Petry não é diferente, o chapéu é marca registrada dele.

Dinheiro e artesanato

Petry também coleciona cédulas antigas há mais de 30 anos e é artesão, fazendo bancos e mesas, cachepôs e porta-chaves, brinquedos e artigos de decoração diversos. Sobre as cédulas comenta: “Eu tinha correspondência com pessoas do mundo todo”, observa.
Os artigos em madeira são aviões, que podem ser brinquedos ou objetos para decoração, bancos de madeira com o assento em curva, mesas e também um banco que se transforma em uma passadeira de roupa, e cachepôs, entre outros. “Me sinto feliz, e às vezes nem acredito que foi eu quem fiz”, explica Mário sobre a sua maior distração.
A esposa Teresinha, por sua vez, faz belíssimas peças em tricô. Enquanto aguardam a volta dos bailinhos da terceira idade, eles se ocupam nos seus afazeres.

São muitos chapéus

Quanto aos chapéus, Mário recebe de presente de amigos e compra alguns. Ele tem chapéu de mágico, de gaúcho, de malandro, de cangaceiro e diversos outros.

Câmbio: atividade para passar o tempo

Teresinha ainda usa o tempo para jogar Câmbio com amigos todas as quartas-feiras. O esporte é uma espécie de vôlei adaptado para a terceira idade, sendo bem mais simples nas suas regras, não exigindo tanto esforço físico.

Poucas regras

Basta jogar a bola sobre a rede. O objetivo é lançar a bola para a quadra adversária para cair no chão dela. O jogador não deve deixar cair a bola no chão e, após agarrar a bola, deve jogá-la para o outro lado da rede.
Se a bola cair no chão dentro da sua quadra é ponto do outro jogador.

“Nós temos muita saudade dos bailinhos”

Tanto Mário quanto a esposa comentam que sentem saudade de encontrar amigos, almoçar ou jantar, participar dos cafés da tarde e conhecer novas amizades nos bailes do Grupo Blumenstraus.
O casal integra o grupo há sete anos, e assumiu a presidência já faz uns quatro anos, tendo assumido depois do falecimento do antigo líder da terceira idade, Hugo Metz. Os integrantes do grupo já foram a cidades próximas como Ivoti, Lindolfo Collor, Santa Maria do Herval e Picada Café, mas já estiveram em Novo Hamburgo, Campo Bom, Taquara, São Leopoldo, Canoas e Gramado.
“Pararam todos os bailes desde essa pandemia que atingiu o mundo todo, e parou tudo, e ainda estamos de molho em casa”, lamentou Mário, que utiliza o seu tempo para se dedicar ao artesanato.

Mário tem até cédula russa na coleção
Uma característica importante e boa do morador é o fato de gostar colecionar coisas, e dinheiro é uma delas, principalmente cédulas de vários países e de valores diferentes. Uma dessas cédulas veio da Rússia.
O morador tem cédulas de réis, cruzeiros, cruzados, cruzados novos e de reais e se orgulha dessa variação. “Eu tenho a coleção completa das cédulas brasileiras, inclusive uma nota de réis com data de 1.800”, ressalta. Um detalhe interessante é que cédula russa data de 1912 e tem até marca d’água.

De vários paises

Além da Rússia e Brasil, ele tem notas da Bélgica, Alemanha, Japão, China, Indonésia, Suécia, Suíça, Noruega, Portugal, Espanha, Islândia, México, Malásia, Kênya, França e Inglaterra, entre outros países.

“Eu adoro cuidar do nosso jardim”

Enquanto Mário se dedica a fabricar cachepôs de madeira para colocar as plantas, Teresinha se dedica a cuidar da sua variedade de plantas, que inclui flores diversas, cactus e palmeiras, com as orquídeas, que dão um colorido especial ao jardim.
Aos pés da dona e, quando pode, no colo, a cachorrinha yorkshire de nome Aisha é a vedete da casa, recebendo todos os mimos possíveis.
Mas o jardim também tem três pés de uma árvore que possui uma flor rosa. Essa árvore é uma das mais tradicionais do Japão e tem um significado muito especial para os orientais. Segundo os japoneses, a cerejeira, ou sakura, representa a beleza, o tempo curto em que vivemos, as nossas emoções e transições.

A beleza do crochê e do artesanato

Os produtos artesanais feitos em madeira pelas mãos de Mário vão ganhando forma, a partir de um desenho que ele tem em mente.
Teresinha, por sua vez, da forma e cor a tapetes, trilhos de mesa, jogo americano, polainas e roupinhas para bebês, além de um trabalho especial que ela chama de “bruxinha para vassoura”, que serve para limpar a casa.
Para encomendar os produtos em crochê basta ligar para (51) 999.659.441. E para falar com Mário, e pedir os artigos em madeira pode ligar para: (51) 996.530.180.

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