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Casal de aposentados continua trabalhando em Morro Reuter; ele é pedreiro e ela dona de casa

07/09/2021 - 14h34min

Um dos lugares preferidos da casa é a área, onde sentam para tomar chimarrão quase todo dia (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Morro Reuter – Seu Valdir Schumacker, 70 anos, e dona Alma Elizabeta,73 anos, moram há cerca de nove anos na localidade de Picada São Paulo. Eles são casados há 46 anos e garantem: “vamos completar os 50”. Ambos são aposentados, mas isso não quer dizer que estão parados. Alma ainda trabalha em casa e, Valdir, há alguns meses, voltou a trabalhar como pedreiro.

Ele é gaúcho e ela catarinense. Se casaram em Santa Catarina e, diante das poucas oportunidades em empresas e, também, dificuldades na agricultura, a família toda decidiu vir para o Rio Grande do Sul. Inicialmente se estabeleceram em Joaneta e, agora, residem em Morro Reuter, bem em frente à BR-116. “Os filhos queriam vir para cá. Aí viemos com eles”, explicou Valdir.

Alma e Valdir são casados há 46 anos e moram em Picada São Paulo (FOTO: Cleiton Zimer)

Trabalha como pedreiro,

mas não abandona a roça

Alma, desde criança, sempre trabalhou na roça; quando vieram para a região ela ficou responsável pelos serviços da casa. Já Valdir foi para o mato, trabalhar com lenha; depois atuou como pedreiro mas acabou por voltar para a lida da lenha, percorrendo as matas da região. Posteriormente trabalhou por sete anos em uma empresa de marcenaria.

Entretanto Valdir sofreu um acidente e fraturou a perna. Ficou encostado por 13 anos e terá de permanecer por toda a sua vida com uma prótese de 15 centímetros na perna esquerda.

Mas isso não foi motivo para desistir e parar. Valdir voltou a trabalhar como pedreiro há quatro meses, no auge dos seus 70 anos. “Não dá para ficar em casa sem fazer nada. Eu preciso trabalhar com alguma coisa”, relatou. Trabalham só ele e mais uma pessoa, fazendo o que podem no tempo que tem disponível.

Além disso, nas horas vagas, também se dedica à agricultura. “Não vou deixar de cultivar minha roça”. Planta um pouco de tudo, desde feijão, mandioca e outros produtos, tanto para o seu sustento como para vender.

Pausa para o chimarrão

Um dos pontos preferidos da casa é a área da frente. Lá, o casal se senta e toma um chimarrão, colocam as conversas em dia e observa o movimento da BR.

Logo na entrada, Valdir construiu uma gruta para dona Alma. “Eu sempre queria, mas não podia ser uma comprada, tinha que ser feita com as próprias mãos”. Desta forma, com o conhecimento que possui na construção, elaborou uma com pedras e, nela, Alma colocou uma santa enfeitada com flores. Quem entra na residência logo repara na gruta.

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