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Diário da 3ª Idade: Chimarrão: Etel e Arno até hoje vestem a camisa do time do coração
Estância Velha – A história da Sociedade Esportiva e Recreativa Chimarrão (SER) se confunde com a da vida de Etel, 78 anos, e Arno Feldmann, 82. Quando chegou a pandemia, já fazia dois anos que o time feminino já não estava atuando. Tudo parou por quase dois anos, recorda o casal.
Eles não puderam mais sair da casa, a não ser para ir no médico. “Eram as nossas filhas que faziam as compras no mercado e até iam no banco”, comenta o casal. Em acasa, eles se limitavam a olhar jogos de futebol, principalmente futsal.
“A gente se alegrava quando via apitando uma juíza conhecida nossa”, destaca Etel. A expectativa é que tudo volte ao normal o mais rápido possível, defende o casal, mas ambos acham que ainda pode levar mais um ano para isso acontecer.
PROVAÇÃO
“Essa pandemia veio para provar as pessoas, pois muitos não acreditam mais em Deus, por isso acho que é uma provação, pois precisamos de Deus em todo o tempo”, declara Etel, que é Evangélica de Confissão Luterana.
Casal completou 61 anos de união em setembro (Crédito: Cândido Nascimento)
Já são 61 anos de casamento
Arno e Etel se conheceram bem jovens, em um baile de Rekerb da Sociedade Concórdia, de Ivoti. Casaram-se quando ela tinha 17 e ele 22, e já completaram 61 anos de feliz matrimônio, no dia 24 de setembro, pois casaram em 1960.
Arno é filho de Selvina e Balduino Feldmann, e nasceu em Ivoti. A família tinha quatro irmãos: Ivone (em memória), Renata, Arno e João (em memória). Etel era filha de Miloca e Edgar Weber, e era filha única. Ela tinha apenas dois anos quando a família veio de Sapiranga para fixar residência em Estância Velha.
O casal tem duas filhas, Janete, 59, e Ivana, 57, e três netas: Naelly, Yasminne e Arriene, e ainda o neto Cristopher.
Sobre o Chimarrão, eles contam que é a sua segunda família, e que tudo o que foi feito junto com as atletas foi sempre com o maior respeito. Uma das atividades de Etel, além de controlar as carteirinhas das atletas, era lavar os uniformes e deixar eles sempre cheirosos para enfrentarem as partidas que viriam pela frente.
Arno e Etel cercados por companheiros de clube (Crédito: arquivo pessoal)
A lambreta era uma das paixões de Arno
História do time começou em uma roda de chimarrão
É Arno quem conta como surgiu o time, em uma roda de chimarrão, na Alfaiataria de Irineu Schuster (Alfaiate). Ele trabalhava próximo, onde tinha uma barbearia, na Av. 20 de Setembro, no Centro. Começou com o time masculino e depois com o feminino.
Arno e Etel começaram a se envolver diretamente na diretoria do clube a partir de 1996, quando Mauro Petry foi o presidente. “O Mauro me convidou para participar, mas eu não tinha nenhuma função específica”, explica Arno. Segundo o casal, o grande incentivador é o fundador Schuster.
“O SER Chimarrão Começou com o time masculino, mas logo em seguida foi criado o feminino. Em 1996 o presidente era o Sarney, que tinha o mesmo nome do ex-presidente José Sarney, e ele convidou nós para irmos a Canoas participar da final, e naquele ano o time venceu o Internacional e foi o Campeão de Futsal, foi uma grande festa”, relatam Arno e Etel.
CAMPEÃO
O time feminino do Chimarrão foi 13 vezes Campeão Gaúcho de Futsal, foi Campeão Brasileiro em três ocasiões, e uma vez Campeão Sulbrasileiro pela Liga Feminina de Futebol. Quando ganhou do Inter pelo Estadual, em 1996, ironicamente, uma funcionária do colorado era atleta do Chimarrão.
PAROU EM 2018
O casal lamenta que as atividades do Futsal Feminino pararam em 2018, por falta de patrocínio.
Atualmente funciona a Escolinha de Futsal na sede do Chimarrão, coordenada por Rodrigo Terra.
Time foi Campeão Estadual em novembro de 1996
Em 2002 foi Campeão Brasileiro, tirando a invencibilidade do Sabesp, em São Paulo