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O que pensam os vereadores a respeito da desapropriação da área da Cascata de Herval

05/11/2021 - 13h37min

Área em discussão pertence à família herdeira do falecido Juiz de Paz, Cerillo Michel (FOTO: Divulgação PMSMH)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – A desapropriação das terras do falecido juiz de paz Cerillo Michel, na área da Cascata do Herval, ainda segue uma incógnita. Em outubro a Justiça concedeu liminar dando posse provisória à Prefeitura; entretanto, a família entrou com um recurso, cujo julgamento ainda não foi marcado.

A reportagem contatou todos os vereadores do município na quarta-feira desta semana, 3, ouvindo a sua opinião sobre a desapropriação. Todas os parlamentares se manifestaram até a tarde de ontem.

Veja, a seguir, o posicionamento de cada um dos vereadores:

Presidente Diego Lechner (PDT)

Diego Lechner (FOTO: Cleiton Zimer)

“A área em questão tem um grande potencial, por isso é sujeita de interesses, tanto privado como público.
No meu ponto de vista o público e privado precisam andar juntos e não um querer ocupar o espaço do outro ou um querer desempenhar o papel do outro.
Estou acompanhando este processo desde seu início e sei que tem espaço para potencializar ambos os interesses. A parte de baixo da área para o público e a parte de cima para o privado.
No meu ponto de vista toda e qualquer desapropriação deveria de vir com apresentação de projeto propositivo a ser aplicada na área, apresentação de dotações orçamentárias e prazos (PLANO DIRETOR).

Já tivemos aquisições de áreas por outras administrações que se encontram abandonadas e o recurso investido pode faltar na outra ponta em melhorias no serviço público, ampliação de redes água potável, educação, saúde, etc.

Meu compromisso é ajudar a acharmos o melhor caminho para o desenvolvimento e o crescimento de Santa Maria do Herval através de união de esforços e somar suas potencialidades. Juntos somos sempre mais”.

 

Leandro Lechner Kich (PSB)

Leandro Lechner Kich (FOTO: Cleiton Zimer)

“Sobre a desapropriação sou a favor. Primeiro que tive a oportunidade de conversar com o falecido Cerillo ainda quando vivo, onde ele sempre demonstrou o seu interesse em vender a área de terra à Prefeitura. E segundo, o custo beneficio será muito maior se ficar nas mãos da Prefeitura (concessões, parques, acesso ao maior ponto turístico da cidade). É grandioso uma cidade pequena com “recurso próprio” conseguir fazer uma compra desse valor. E não tem como ir contra uma Administração que demonstrou ser tão responsável quanto as suas finanças. Sabem o que estão fazendo. E com certeza colheremos bons frutos”.

 

Rúbia Reisdorfer (PSDB)

Rúbia Reisdorfer (FOTO: Cleiton Zimer)

“Acho uma injustiça o que está sendo feito com essa família. Primeiro: quando o poder público avaliou a área a fim de calcular o ITBI foi avaliado em 1 milhão de reais, agora o mesmo poder tira as terras por 400 e poucos mil.
Segundo: a administração anterior deixou finalizada uma negociação com a CEE aonde o município receberia gratuitamente a área superior da cascata para explorar turisticamente e a atual prefeita não quis (por que não quis gratuitamente e agora quer tirar dessa família?).
Terceiro: é de conhecimento da Administração que a família estava vendendo a área para o ex-prefeito Ademir Schneider, o mesmo pagaria o valor justo para a família, além das despesas com inventário e possui um projeto de fazer loteamento em uma das partes e na outra parte estava em negociação com uma grande empresa da área hoteleira (resolveria a questão da falta de terrenos no Centro, a falta de hotel e traria vários empregos).

Nesse ponto me parece uso do poder público para atingir alguém com quem ela tem divergências pessoais, só que os maiores prejudicados são os proprietários dessas terras que estão tendo suas terras ‘roubadas’ e a população do município que vai perder um grande investimento”.

 

Orlando Schneider (MDB)

Orlando Schneider (FOTO: Cleiton Zimer)

“Estou totalmente favorável, porque a Prefeitura precisa desta área para futuras instalações, secretarias e a Prefeitura, futuramente”.

 

 

 

 

 

Daiane Kunzler (MDB)

Daiane Kunzler (FOTO: Cleiton Zimer)

“A aquisição da área de terra do falecido senhor Cerillo vai agregar muito ao nosso município, em questão de infraestrutura e turismo. Muitas vezes o falecido quis efetuar a venda dessa área para o município porém nunca se teve o valor necessário pra essa aquisição até o momento. Essa área é de grande valor e irá agregar muito ao nosso querido Teewald. A aquisição foi feita com a concordância de ambas as partes e imaginando algo promissor para o turismo no futuro, sendo que a área se encontra próxima a maior cascata da América Latina. Essa conquista é fundamental para o turismo”.

 

 

Tarcísio Schuck – Schukinha (PP)

Tarcísio Schuck – Schukinha (FOTO: Cleiton Zimer)

“Eu penso o seguinte, se o Ademir já estavam em negociação acho que a Prefeitura não deveria se envolver. Precisa dar preferência para quem quer investir, na minha opinião, o que gera emprego, números. Quanto que não gera de IPTU para o município?

Para o município é um bom negócio ter um investidor. A Prefeitura não deveria se envolver, nem que não fosse o Ademir, mas outra pessoa de fora que quisesse investir, teria a preferência”.

 

 

Paulo Henrique Kaefer (PSB)

Paulo Henrique Kaefer (FOTO: Cleiton Zimer)

“Sou favorável à desapropriação da área de terras do falecido Cerillo Michel. Será uma ótima conquista para o município e de grandes investimentos. Tenho certeza que os trâmites estão ocorrendo dentro da legalidade e a atual proprietária será indenizada de forma prévia e justa, para que o poder público possa beneficiar e exercer atividades para o bem da coletividade. Acredito que esse também seria o desejo do senhor Cerillo, que suas terras fossem destinadas para fins de utilidade pública e interesse social”.

 

 

Félix Alles (PDT)

Félix Alles (FOTO: Cleiton Zimer)

“A desapropriação certamente está gerando algumas distorções de negociação, mas eu conheço o Cerillo Michel há muitos anos, tive várias oportunidades de conversar com ele e em certas vezes ele comentava que o sonho dele era deixar um legado para o município. E se faz referência a essa área de terras, que certamente ele gostaria de ter negociado em vida com a Prefeitura, pois o sonho dele era que o Herval pudesse aproveitar essas áreas.

Agora com as tratativas familiares vejo que a Administração no seu empenho busca totalmente um futuro de lazer e conforto para os hervalenses e também o desenvolvimento do turismo. Com isso, agregando renda e gerando empregos. É um grande benefício, um grande ganho.

Claro, existe também o interesse de pessoas que querem fazer o investimento, mas eu vejo muito mais um ganho para a população hervalense desfrutar destes pontos turísticos, destas áreas em um futuro próximo”.

Cleidir Arnold (MDB)

Cleidir Arnold (FOTO: Cleiton Zimer)

“Sobre este assunto que vem se arrastando por um bom tempo, já escutei duas três versões, e eu posso dizer que estou torcendo para que seja resolvido o mais breve possível, e que a verdade prevaleça. Que seja decidido pela verdade”.

 

 

 

 

A DESAPROPRIAÇÃO

A Prefeitura decretou a desapropriação em caráter de urgência em maio deste ano, solicitando 7.2 hectares para fins de interesse público, dentre investimento para uma área destinada à Secretaria de Obras e, também, futuros investimentos de cunho turístico.

Do outro lado, o ex-prefeito Ademir Schneider afirma estar em negociação com a família herdeira desde dezembro do ano passado; a família, por sua vez, corrobora com a afirmação de Ademir, dizendo ter tratativa com o ex-prefeito e que se eventual desapropriação tiver de ser tratada, que seja feita diretamente com o futuro comprador.

Em agosto a Prefeitura ingressou com uma ação de desapropriação, sendo a mesma anulada em setembro por erro formal de processo. Em outubro um novo processo foi iniciado e, no dia 11, o juiz concedeu liminar dando posse provisória à Prefeitura. Dias depois, um recurso contestando a decisão foi encaminhado e o mesmo ainda aguarda julgamento. Desta forma a área ainda não pode ser usada, nem pela Prefeitura, nem pelo ex-prefeito Ademir.

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