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Estância Velha atuante na rede de proteção à mulher
por Daiani Aguiar
Em média, são registrados de dois a três novos casos de violência por semana no município
Estância Velha – Hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher. Esta data é alusiva a uma realidade enfrentada em nível mundial. No município, o Centro de Referência da Mulher (CRM) atende, em média, de dois a três novos casos por semana. Este dado demonstra que a situação vivida aqui não é diferente.
Como principal ação de combate à violência doméstica, uma das tantas a qual o público feminino é vítima, está o Programa Municipal “Mulheres Protegidas”, criado em março de 2021. A iniciativa da Secretaria de Segurança, por meio da Guarda Municipal (GM) e CRM, disponibiliza uma viatura, em que agentes realizam o patrulhamento preventivo nos bairros mapeados.
A finalidade é inibir novos crimes de violência, bem como prestar o pós-atendimento às vítimas. “Percebemos que as agressões acontecem à noite, mas o retorno do agressor para casa ocorre durante o dia, então a viatura tem essa função”, explicou o comandante da GM, Éverton Morschel.
Casa de Passagem e CRM
As vítimas de violência que estão em situação de risco são acolhidas na Casa de Passagem. “A mulher vai ser acolhida com segurança, como seus filhos, caso tenha”, enfatizou o titular José Dresch. Por 48 horas ela ficará assegurada e receberá o melhor encaminhamento da equipe. Em 2021, cinco mulheres já acessaram o serviço.
As vítimas de violência podem buscar o CRM, de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas ou no plantão do WhatsApp, no telefone: 98915.2137. O centro fica localizado junto à sede da secretaria, na rua Raimundo Corrêa, 151, no bairro Floresta. Neste espaço, as mulheres encontram atendimentos com assistente social, psicóloga, advogada e pedagoga, este último destinado aos filhos das vítimas.
Atualmente, há 87 mulheres em atendimento regular. “Da metade do ano para cá a procura aumentou, foi quando o centro ganhou mais visibilidade”, afirmou a coordenadora técnica do CRM, Caroline Vanzin. Porém, isso não necessariamente demonstra que as violências estão crescendo, mas que, possivelmente, as mulheres estão reportando mais.
“Geralmente, as mulheres já enfrentam a violência há, pelo menos, quatro anos, mas não encontravam apoio ou amparo”, disse Carolina. A coordenadora ainda acrescentou que este é um problema horizontal no município, que atinge mulheres de todas as classes sociais, com ou sem filhos.
Caroline Vanzin e Taysa da Rosa no CRM (Crédito: Arquivo pessoal)
Para romper o ciclo de violência, denuncie
Para que a mulher garanta sua segurança, é primordial que realize denúncia na primeira vez do fato ocorrido. Esta é uma maneira de adentrar às rotas realizadas pela viatura da GM. Conforme Morschel, desde o funcionamento das patrulhas, houve redução de mais de 50% dos casos na cidade.
Além disso, Caroline afirmou que desde o patrulhamento, não houve reincidência dos casos. Eles ainda alertam sobre a importância de solicitar a Medida Protetiva, pois com ela, há maiores chances de o agressor se manter preso, em caso de descumprimento da mesma.
“A mulher não é objeto deste homem, e não precisa tolerar nenhum tipo de abuso”, destacou Carolina. O Disque 180 é um canal seguro e confiável em que as vítimas podem reportar casos de violência. Também é possível acionar o CRM no telefone acima ou a GM no 153.