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Comunidade segue dando vida ao legado deixado por Lucinha em Herval
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval – No Natal os cristãos renovam a fé no nascimento de Cristo há mais de dois mil anos. Muito além de presentes, a data é sinônimo de presença – na vida dos familiares, colegas, amigos e da comunidade.
E é neste espírito de ser presente que, na localidade de Boa Vista do Herval, o Natal é época na qual se perpetua o sentimento de amor de uma pessoa muita querida e que já partiu do plano terreno. Embora não esteja presente fisicamente, seu exemplo permanece vivo e vibrante.
Grupo de voluntários que segue dando continuidade ao legado deixado por Lucinha; ação deste ano – 2021 (FOTO: Marisa Kroetz)
Todos os anos voluntários dão seguimento ao legado deixado por Lucinha Schmitt Blume, que faleceu em janeiro de 2018 aos 45 anos. Sempre atuante e presente na comunidade, há cerca de 10 anos Lucinha, seu marido Elísio e o filho Josiel, começaram a passar pelas casas na véspera de Natal e, trajados a caráter – de Papai Noel – , distribuíam presentes singelos, mas cheios de significados para quem os recebia. Ela estendeu o convite para mais pessoas e ano após ano a quantidade de Papais Noéis aumentava, assim como os presentes e as pessoas beneficiadas.
Lucinha plantou, por assim dizer, uma sementinha no coração de muitos. O que ela fez floresceu e gerou frutos que hoje seguem seu exemplo, alegrando as pessoas e proporcionando um, de fato, Feliz Natal para a comunidade.
TODOS AJUDAM
A voluntária Marisa Kroetz conta que neste ano conseguiram angariar coisas junto ao comércio, empresas e membros da própria comunidade que resultaram em cerca de 150 presentes. Algumas pessoas contribuíram com doces, outros com dinheiro e, depois, os próprios voluntários confeccionaram os pacotinhos.
Na sexta-feira, 24, véspera de Natal, com a Lucinha no coração, os voluntários seguiram pelas ruas de algumas localidades entregando os presentes. Os Noéis alegraram principalmente idosos, crianças necessitadas e pessoas com deficiência. Marisa conta que não conseguiram passar por tudo, pois o tempo era curto. “Todo os anos estamos conseguindo mais Noéis e mais pessoas para ajudar”.
Primeiro de carro e depois com um caminhão, os Noéis foram distribuindo presentes pelas ruas (FOTO: Marisa Kroetz)
JÁ VIROU TRADIÇÃO
A ação já é uma tradição a tal ponto que alguns moradores até aguardarem ansiosamente pela chegada deles, não somente para receber, mas, também, para presentear. “Tem gente que espera com presentes para nos dar em forma de agradecimento; na Nova Renânia, a mãe de Lucinha sempre aguarda com um pacote de bolacha que ela mesma faz e balas. Loni Dapper também sempre entrega presentes, bolachas, chocolates e balas”, conta.
A recepção sempre é calorosa, cheia de carinho e alegria. Tem lugares que pedem para rezar o Terço, cantar o Noite Feliz; pedem até para tirar as máscaras para ver quem são os Noéis. “Isso não tem preço, é muito gratificante”, afirma Marisa.
O POUCO DE MUITOS PROPORCIONOU UM LINDO NATAL
Com a ajuda da comunidade muitas pessoas receberam presentes (FOTO: Marisa Kroetz)
Os Noéis que fazem parte desta caminhada desde o início são Luana Steffen, Bianca Lechner, Josiel Blume (que não participa mais por estar em outra cidade), Jonathan Kreuz e Marisa – se somam também os que vieram depois: Bruna Weber, Luiz Carlos Kroetz, Alana Kroetz, Kauana Kroetz, Isolde e Ademir Schmitt. Na sexta-feira o vereador Félix Alles transportou os Papais Noéis na parte da manhã, e, durante a tarde, o motorista foi o Alexandre Sachetti.
Para que tudo fosse possível as doações foram fundamentais. “Tivemos doações de muitas pessoas. Dos funcionários da Wirth, da JLV, comércios de Boa Vista do Herval, comércios de Santa Maria do Herval”. O pouco de muitos, no final, tornou o Natal mais mágico em Herval. Portanto, Marisa agradeceu a todos que colaboraram. Destacou a participação de Vanderlei Schmidt, o Ley, e também de Elísio Blume – que sempre participaram.
GRUPO DE TEATRO
Grupo teatral de 2021 (FOTO: Marisa Kroetz)
Marisa também coordena o Grupo de Encenação de Natal. Da mesma forma está dando continuidade ao trabalho de Lucinha que começou com o projeto e, até hoje, todos os anos, a turma faz um teatro que simboliza o nascimento de Jesus Cristo.
Grupo de teatro de 2017, no qual Lucinha (na esquerda) ainda participou (FOTO: arquivo / Marisa Kroetz)
A comunidade é uma das únicas que ainda tem uma encenação natalina, cuja preparação envolve várias pessoas e une a comunidade com um propósito em comum: de manter viva a reflexão sobre o verdadeiro sentido do Natal.