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“Cheguei até a chorar quando chequei lá”. Três cemitérios foram alvos de bandidos em uma semana em Herval

30/01/2022 - 16h28min

Criminosos fizeram limpa em Padre Eterno Baixo e Alto (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – A criminalidade segue a todo vapor nos cemitérios. Desta vez, os furtos ocorreram no Cemitério Católico da localidade de Alto Padre Eterno. Todos os jazigos tiveram itens como argolas, cruzes, molduras e letreiros levados, exceto os que estão fechados com portas de vidro (possivelmente, não quebraram para evitar barulho). O crime foi notado na sexta-feira, 28.

Este é o segundo cemitério alvo de criminosos na semana passada. Entre domingo, 23, e segunda-feira, 24, os bandidos agiram nos cemitérios Católico e Evangélico de Padre Eterno Baixo, violando, no total, cerca de 130 túmulos nos dois locais.

Além disso, no final do ano passado, o Cemitério de Padre Eterno Ilges foi alvo de bandidagem. Vale lembrar que em Morro Reuter, nas localidades de Walachai e Picada São Paulo, também teve furtos nos cemitérios no mesmo período, assim como em Picada Café.

Foram furtados desde objetos pequenos a maiores em P. E. B., no Evangélico (FOTO: Cleiton Zimer)

Vários túmulos foram furtados em Padre Eterno Alto (FOTO: Darci Marschner)

Criminosos arrancaram as fotos para pegar as molduras; algumas jogaram no chão, outras no matal, e algumas levaram junto em P.E.B., no Católico (FOTO: Cleiton Zimer)

Insegurança e medo

Os moradores se perguntam: onde e quando será o próximo? Afinal, ninguém foi identificado e responsabilizado até o momento. A reportagem conversou com alguns moradores do Herval, que estão muito preocupados com os recentes episódios.

O sentimento é de tristeza e impotência, pois sabemos que nada vai ser feito em relação a isso. Agora é refazer o que foi levado, procurando materiais que não tenham valor”, disse Graciele Sidegum, que teve os túmulos do seu pai, avós e bisavós arrombados em Padre Eterno Ilges.

Muitos moradores estão tão desmotivados pela ação criminosa que nem pensam em arrumar os túmulos antes que haja uma solução efetiva. Desta forma, a história de muitos entes queridos corre o risco de se perder.

Veja 0 relato de alguns moradores: 

 

Tania Sidegum, Padre Eterno Ilges

Fiquei muito triste. Fazia três meses que eu tinha arrumado os letreiros e a foto da mãe. Levaram coisas do túmulo dos meus pais, avós e do meu marido. Cheguei até a chorar quando chequei lá”.

Mariana Schuck Wagner, Padre Eterno Ilges

Não tenho mais palavras porque parece que não tem fim, isso porque estão fazendo o rodízio passando de comunidade em comunidade e ninguém faz nada. Lamentável.

Por enquanto não tenho mais vontade pra deixar arrumar os túmulos. Enquanto não for tomado uma providência não vale a pena investir. Seria fazer hoje e desfazer amanhã de novo.

Acho melhor investir em câmeras nos cemitérios para, primeiro, pegar em flagrante os ladrões, porque assim não vale a pena deixar arrumar os túmulos”.

Darci Marschner, Alto Padre Eterno

 “É uma situação muito triste chegar no cemitério e ver os túmulos dos familiares arrombados. E mais triste ainda é saber que tem gente que está comprando este material, isso que é o pior. Acho que está na hora de alguém tomar alguma providência, as autoridades policiais, começar investigar, porque para algum lugar vai este material”.

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