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Embarcações naufragam e deixam pelo menos cinco mortos em Itaguaí, RJ
Duas embarcações de pescadores naufragaram, por volta da 0h20 desta sexta-feira (8), na Baía de Sepetiba, em frente ao Porto de Itaguaí. Segundo a Marinha e o Corpo de Bombeiros, cinco pessoas morreram. Segundo sobreviventes, chovia e ventava muito na hora do acidente.
Um quinto corpo foi retirado do mar às 13h45. Antes, números divulgados pela Marinha e pelo Corpo de Bombeiros apontavam diferenças. Até as 12h30, segundo a Capitania dos Portos, havia 22 pessoas nos dois barcos. Além dos quatro mortos, segundo os militares, oito pessoas foram socorridas com vida; seis seguiam desaparecidas.
De acordo com comandante de Atividades Marítimas do Corpo de Bombeiros, coronel Glauco Lorite, havia 21 tripulantes: quatro deles morreram, sete continuavam desaparecidos, e dez foram resgatados com vida.
Pela manhã, a Polícia Civil chegou a divulgar que havia uma quinta morte entre os feridos, mas a informação não foi confirmada.
O que se sabe até agora:
- Eram 21 tripulantes
- 5 morreram
- 7 estão desaparecidos
- 10 foram socorridos
- Sobrevivente contou que tempestade fez embarcação naufragar
- Duas embarcações afundaram: Lucas Mar e Milemar
Mortes confirmadas:
- Eliezer de Lima Barreto
- Nilson Moura
- Wanderley Batista dos Santos
- Júlio César Braz de Mesquita
- Um quinto corpo retirado da água às 13h45
Segundo um sobrevivente do naufrágio, o grupo estava pescando quando foi surpreendido por um vento forte.
“Paramos para poder pescar, ancoramos o barco. De repente, veio um vento muito forte. O barqueiro falou: ‘Esse vento deve ser de sudoeste. Vamos recolher o material e puxar âncora’. Foi quando de repente o vento entrou muito forte, nós nos trancamos na cabine. Não dava para ver nada. Foi aí que o barco naufragou, coisa de 15 segundos”, contou Marlon.
De acordo com um funcionário do porto, um rebocador fez contato avisando que teria “homens ao mar”. Quando Anderson da Silva, de 42 anos, chegou para fazer o socorro, encontrou três homens na água, um já desacordado. Ele e seu auxiliar conseguiram fazer os resgates e, logo após, a lancha dos bombeiros chegou levando as vítimas.
“Moro no mar, a cinco minutos do local do acidente. Antes de tudo acontecer, ouvi um estrondo muito forte, teve até chuva de granizo e ventos fortes durante uns sete minutos. Pouco depois, recebi o aviso do acidente. Aparentemente, as vítimas que resgatamos estavam vivas, apenas um estava desmaiado”, contou Anderson.
Cunhado do paraquedista Pablo Lessa, um dos desaparecidos, Vanderbergue de Sousa disse ter esperança de que ele tenha se salvado.
“Esse grupo está acostumado a fazer isso junto. Ele já pescou várias vezes à noite. A mochila foi encontrada, e ele nada bem. A nossa esperança é que ele tenha tido tempo para nadar para um local”, explicou.
Aldo Barbosa, pai de Lucas, barqueiro do Lucas Mar, fala das dificuldades em seguir firme na busca pelo filho.
“Eu não sei como estou em pé. Eu estou com as pernas tremendo. Era o único filho da minha esposa. Era o filho querido”, destacou.
Bombeiros dos quartéis de Sepetiba, Angra dos Reis e Barra, além do apoio de um helicóptero da corporação, trabalham na região. O trabalho, segundo os bombeiros, está ocorrendo de forma ininterrupta. Duas lanchas estão percorrendo toda a área da Baía de Sepetiba.
Tempestade
A Baía de Sepetiba estava desde o início da noite de quinta-feira sob a influência de área de baixa pressão que alimentou a tempestade. Essa condição meteorológica facilita a formação de cúmulo-nimbos, nuvens de até 12 km de altura que trazem chuva, raios, vento e, em alguns casos, granizo – mexendo no mar também.