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Em pouco tempo, o professor José Wittmann fez muito pelo povo de Morro Reuter
“Era um líder comunitário e amava ajudar o povo”
Morro Reuter- Em 1954 o professor José Wittmann, junto com a esposa Alma Wittmann e os filhos, mudou-se para Morro Reuter, com a expectativa de uma vida melhor e mais próspera para a família. Assim que chegaram compraram terras, construíram a casa e começaram a trabalhar.
Conforme conta o segundo filho mais velho do professor, Apolônio Wittmann, 82 anos, o pai era um grande líder comunitário e amava ajudar o povo. “Além de ser professor, foi regente do coral masculino, fazia parte da diretoria da Igreja e até fazia a contabilidade do antigo Armazém Wolf”, relembra.
Quando chegou em Morro Reuter, deu aula na Linha Gorgen e na Escola João Wagner. Também fez parte da equipe que se empenhou para a construção da Igreja Imaculada Conceição. “A gente vendia rifa no interior, fazíamos festas e mais festas para arrecadar dinheiro para a construção da igreja. Na época as missas eram uma capela de madeira, onde agora é uma residência”, explica Apolônio.
Sempre envolvido na comunidade
De acordo com o filho, o professor dava aulas na catequese, crisma e primeira comunhão. “Ele pouco parava em casa, porque dava aulas e ainda estava sempre servindo e trabalhando pelo povo. Isso herdamos dele, eu e minha filha temos a mesma vontade que ele tinha de ajudar o povo”, conta.
Apolônio recorda que o pai ia dar aulas na Linha Gorgen a cavalo. “Depois tinha os ônibus, mas me lembro bem dele indo todos os dias de cavalo para dar aulas. Uma vez ao mês ia receber o salário em São Leopoldo, mas aí já tinha ônibus”, explica.
Trajetória rápida, mas que deixou marcas
Em 1963, aos 50 anos de vida e apenas nove anos morando em Morro Reuter, José veio a falecer. Segundo o filho, ele tinha problemas de veia entupida. “Eu deixei ele no Hospital em Novo Hamburgo e fui buscar uma carga de boi, depois foram me chamar dizendo que meu pai havia falecido. Ele deixou 11 filhos e a minha mãe foi uma guerreira para continuar”, salienta.
Mesmo partindo muito cedo o professor deixou muitas marcas pela comunidade. Fora os ensinamentos como professor, ele participou do começo de muita coisa, como da Igreja, que esteve presente na colocação da pedra fundamental. Não viu a emancipação de Morro Reuter, mas plantou coisas que são regadas até hoje.
Após a morte do pai, dona Alma mudou, com os filhos, para Novo Hamburgo, para que eles pudessem estudar e trabalhar. “Anos depois retornamos e ela permaneceu em Morro Reuter até falecer aos 85 anos de idade. Não foi fácil na época, mas deu tudo certo”. Hoje, existe uma rua no município com o nome de José, em homenagem a ele.