A longa jornada dos cavaleiros de Dois Irmãos e Morro Reuter

Geison Machado Concencia

Dois Irmãos – A Guarda de Honra da Chama Crioula, grupo que foi responsável por trazer a centelha que marca os festejos farroupilha, percorreu 386 quilômetros para levar a chama de Canguçu a Estância Velha. Durante o caminho, mesmo com as dificuldades, a equipe manteve a fé e em dez dias os 13 cavaleiros, mais os dois de apoio, terminaram a longa jornada, todos com saúde e prontos para dar continuidade as comemorações do 20 de setembro.

Esse ano, a guarda enfrentou dias de chuva, depois ainda encararam três dias de frio. “A temperatura era tão baixa que parecia que ia rasgar o peão.” disse César Barbosa, conhecido popularmente como Amarelo. Mas o frio não os impediu de cumprir a jornada. Acordavam às 4h e faziam um café da manhã reforçado, com ovo e linguiça. “Era necessário se alimentar bem antes de sair para a cavalgada,” lembrou Amarelo.

As 5h saiam pelas estradas, percorriam de 35 a 40 quilômetros por dia. Amarelo comentou que faziam essa distância para não sobrecarregar os cavalos. “Eles rendem até as 10h depois começam a sentir calor e ficarem mais lentos.” O grupo teve um dia em que foi necessário andar 50 quilômetros, mas puderam dividir o percurso, com uma parte sendo cumprida pela manhã e o restante à tarde.

O cardápio era tradicional, tinha dias de churrasco, carreteiro, sopa, peixe frito e outros pratos campeiros. Os pontos para dormir e descansar foram todos em CTGs e sociedades que receberam os cavaleiros de braços abertos. “A forma como a gente foi recepcionado não tem explicação, fomos todos muito bem tratados pelas comunidades tradicionalistas que apareciam no caminho,” disse Amarelo.

Lugares percorridos

A Guarda de Honra saiu de Canguçu no dia 13, depois foram ao quinto e sexto distrito do município e seguiram para Amaral Ferrador e Dom Feliciano. Quando chegaram em Butiá, descansaram um pouco e foram para São Gerônimo, Triunfo, Capela de Santana e, terça-feira, 23, chegaram em Estância Velha.

Amizades pelo caminho

Durante o percurso, a cavalaria que trouxe a chama crioula de Canguçu fez muitas amizades. O Amarelo comentou que já percorreu todo o Rio Grande do Sul a cavalo e conheceu muitas pessoas, principalmente, nas localidades do interior. “ Tu deixa um rastro de amizade por onde tu passa e nesse desafio não foi diferente” falou Amarelo.

Chegada da chama em Dois Irmãos

No dia 10 de setembro será organizado uma comitiva em Dois Irmãos para buscar a chama crioula em Estância Velha. Os 12 municípios que fazem parte da Trigésima Região Tradicionalista vão buscar a centelha para distribuir para seus CTGs. O transporte da chama até Dois Irmãos também será a cavalo.

Integrantes de Dois Irmãos e Morro Reuter

Representando Dois Irmãos, a Guarda de Honra da Chama Crioula teve Cesár Barbosa, popular Amarelo, Ademir Kaefer, Gilmar Bervian, Ismael Wingert e Sidnei Pannebecker. Já de Morro Reuter foram Airton Krewer e Jurandir da Cruz.