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Júri de acusado por morte de idoso em Herval acontece nesta terça-feira (30)

29/08/2022 - 16h39min

Atualizada em 29/08/2022 - 16h45min

Leandro (detalhe) foi preso instantes após o crime. Ladislau foi encontrado morto embaixo da pinguela (ao lado do corpo uma sacola com pães que havia comprado) (Créd. Cleiton Zimer / detalhe: reprodução redes sociais )

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval / Dois Irmãos – Nesta terça-feira, dia 30, o morador de Padre Eterno Ilges, Leandro Arnold, 28 anos, vai a Júri Popular no Fórum de Dois Irmãos pelo homicídio do idoso Ladislau Cândido do Amaral, morto aos 70 anos no dia 6 de janeiro de 2021 em uma pinguela da localidade de Padre Eterno Baixo. Os dois eram vizinhos.

A promotoria vai sustentar a acusação da prática de homicídio contra Ladislau e tentativa de homicídio contra um filho dele. De acordo com o promotor Wilson Grezzana, o Ministério Público, inicialmente, encaminhou a denúncia por homicídio qualificado – o que foi concluído no próprio inquérito da Polícia Civil. Porém, por decisão do Judiciário, será acusado somente por homicídio simples. “Fizemos um recurso e o tribunal manteve a decisão do juiz de que ele iria a Júri por homicídio simples, além da tentativa de homicídio simples”, explicou.

A defesa do réu será feita pelos advogados Hilmar Derli Zamboni e Nelson da Silva Silveira. Zamboni também explicou que o réu não será julgado por homicídio qualificado e, sim, simples. “O segundo fato é o da tentativa de homicídio contra Antonio Vandir do Amaral (filho do Ladislau)”.

PRESO MINUTOS APÓS 

Em uma ação rápida, Leandro foi preso pela Brigada Militar e Polícia Civil de Santa Maria do Herval minutos depois do crime. Desde então permanece detido preventivamente, estando, atualmente, na Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro.

Se condenado, poderá pegar de seis até 20 anos de prisão. De acordo com a Polícia, Leandro já tem em seu desfavor uma Maria da Penha cometida contra sua ex-companheira em 2020.

O DIA DO CRIME

Conforme a investigação da Polícia Civil de Herval, Leandro voltava do trabalho de moto na tarde daquela quarta-feira, por volta das 16h30 e encontrou a vítima na ponte (uma pinguela) que fica sobre o Rio Cadeia na localidade de Padre Eterno Baixo. As circunstâncias de como esse encontro aconteceu são desconhecidas, portanto, não se sabe se houve alguma provocação ou discussão que levou as vias de fato.

O inquérito aponta que Ladislau estava voltando de um mercado que fica ali perto. Ao lado do seu corpo ainda estavam algumas compras que havia realizado, dentre elas um saco com pão.

A partir do encontro deu-se o conflito. Através de testemunhas e da dinâmica dos fatos, a Polícia constatou que a briga ocorreu não só em cima da ponte, mas, também, embaixo dela. Ao lado do corpo de Ladislau foi possível notar que havia uma pedra seca usada durante a briga, diferente das demais que havia no rio; ou seja, foi pega de outro lugar.

Foi atrás do filho

Depois do ocorrido na ponte Leandro teria ido para casa, na localidade de Padre Eterno Ilges, pegou um revólver calibre 22 de sete tiros e foi atrás de um dos filhos de Ladislau, o Antônio, do qual mora a menos de um quilômetro. Mais uma vez de moto, Leandro o encontrou numa bifurcação que fica perto da casa da vítima e, sem falar nenhuma palavra, atirou cinco vezes contra Antônio mas não o acertou.

Ainda de acordo com o inquérito a vítima correu até em casa, que fica a alguns metros, na tentativa de se proteger. O atirador foi atrás. Ao chegar na porteira da propriedade Leandro efetuou mais um disparo, dessa vez acertando a mão de Antônio. Um outro irmão e um amigo da família também estavam próximos e Leandro os mandou entrar na casa e não sair mais.

Conforme o relato das vítimas à Polícia na época, Leandro ficou em frente a porteira por cerca de 15 minutos, vigiando, dizendo que já havia encontrado com o pai deles dando a entender que houve um confronto. Instantes depois, Leandro foi embora.

Teria confessado informalmente à Polícia

Os policiais foram até a casa de Leandro que, em um primeiro momento, negou. Depois, vendo que os agentes tinham elementos de testemunhas, assumiu que tinha dado os tiros e mostrou onde tinha escondido a arma do crime – que estava no mato, próximo à bifurcação.

Leandro foi, então, conduzido à Delegacia. No meio do caminho os policiais questionaram sobre o que aconteceu com Ladislau. No começo ele desconversou. Depois, teria dito que foi o autor do ocorrido, mas sem dar elementos de como foi a ação por completo.

Apensar de ter confessado informalmente o ato para os policiais durante a condução, no auto da prisão em flagrante junto ao delegado Leandro optou por permanecer em silêncio e declarar somente em juízo. Apesar de não confessar, também não negou.

A motivação fútil

De acordo com a polícia, a motivação fútil associada ao homicídio (que foi uma das qualificadoras não aceitas pelo judiciário) é de que Ladislau e os filhos estariam dirigindo olhares para a mãe e a então namorada de Leandro, o que as incomodava. Não foi encontrado outro elemento além deste.

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