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“Padre” é condenado a 5 anos de prisão por esfaquear filho e descumprir medida protetiva
Ivoti- Dari Armindo Heidecke, 51 anos, o “Padre”, acusado de agredir a facadas o filho de 24 anos em março de 2021, foi condenado a cinco anos, um mês e 20 dias de prisão na segunda-feira, dia 3, após a avaliação do tribunal do Júri. Ele também descumpriu Medida Protetiva solicitada pela ex-esposa por agressões anteriores. A sentença foi proferida pela juíza Larissa de Morais Moraes. Haverá recurso da parte da defesa, e o Ministério Público recorre também devido a uma desclassificação para lesão corporal leve.
DATA DOS FATOS
A agressão aconteceu em 3 de março de 2021, após o autor das agressões chegar na casa da família por volta da 1 hora da madrugada. Ele deixou o carro há duas quadras da residência e pretendia falar com a esposa, da qual estava se separando. “Padre” queria que fosse anulada uma Medida Protetiva solicitada pela mulher. Quando chegou na casa da família, no bairro Sete de Setembro, em Ivoti, encontrou o filho ouvindo música alta. A mulher estava na casa de um irmão. Ele ficou cerca de seis horas com o filho ferido e trancado no quarto.
O fato em julgamento hoje ocorreu na residência em que ele morava, na rua Albino Kern, bairro Sete de Setembro, e envolveu negociações com a Brigada Militar e com o Bope, de Porto Alegre. O autor do ato manteve em cativeiro o filho de 24 anos (hoje com 26). Inclusive uma psicóloga foi chamada para atender a ocorrência.
DEPOIMENTO
“Padre” alegou que sempre deu tudo para os filhos e que pretendia buscar objetos pessoais e documentos do imóvel. Disse que falou sobre a separação da mulher ao filho, que disse estar sentado na cama. Comentou que começaram a entrar em luta corporal e foram quebrados um armário e até a cama. E disse que algumas garrafas quebraram e o filho teria se machucado, além de usar um pedaço de madeira para bater nele. Afirmou que o filho jogou a caixa de som na sua cabeça e ele teria desmaiado. A polícia apreendeu duas facas no local do crime.
Segundo “Padre”, a mulher o traía e ele conversou com o filho sobre o assunto do casal. Falou que ex falava em viajar para a Alemanha e que pagou um curso de mecânica para o filho, mas ele teria desistido. Após as agressões, um policial que conhecia o acusado tentou um diálogo para que ele saísse do quarto, mas ele negou, mantendo o cárcere privado. Um vídeo e fotos são provas dos fatos, além das facas e provas testemunhais. Durante as agressõesdo réu, uma equipe do BOPE jogou um artefato de fumaça e atirou contra o autor dos fatos por ele portar uma faca na mão.
Os jurados desqualificaram o crime, que foi considerado por eles como leões corporais leves. “Padre” está preso há um ano e sete meses no Presídio de Sapucaia do Sul, onde aguarda os recursos dos advogados de defesa, Jean Menezes Severo e Filipi Decio Trelli.