Conecte-se conosco

Polícia

Polícia Civil tinha indícios de que Cesar Velho estava “subindo o Brasil” com documentos falsos

28/10/2022 - 17h54min

Atualizada em 28/10/2022 - 17h54min

Foto: Polícia Civil
POR GUILHERME SPERAFICO

Estância Velha – Preso no Norte do país na última quarta-feira, Cesar Luís Velho, de 58 anos, dava indícios de que estava “subindo o Brasil”, tentando se safar do assassinato cometido contra a própria esposa, a catequista Elaine Maria Tretto, em 2017. Em agosto de 2019, dois anos após o crime, uma reportagem divulgada pelo Diário mostrava que o carro usado por ele foi multado três vezes em um mesmo radar, no km 480 da BR 163, na cidade de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. A rodovia atravessa o Mato Grosso do Sul (MS), e liga o estado ao Mato Grosso e ao Paraná.

O radar, que recém havia sido instalado nas proximidades do viaduto Damha, no Anel Viário (zona urbana e que contorna a cidade de Campo Grande/MS), registrou a Parati CL prata, emplacada em Estância Velha, cruzar pelo trecho em alta velocidade, nos meses de junho, julho e agosto de 2018.

Além disso, a Polícia Civil, por meio da Seção de Investigação da Delegacia de Estância Velha, tinha, na época, outros diversos indícios de que ele estava naquela região, utilizando documentação falsa. A Parati, utilizada por Velho, chegou a ser apreendida com drogas posteriormente. O veículo foi vendido e o criminoso continuou subindo, mas seu paradeiro ficou desconhecido até esta semana.

A PRISÃO

Efetuada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Iranduba (localizada a 27 quilômetros de Manaus), a prisão de Cesar Velho se deu após ele e uma mulher, identificada como Ângela Maria Cardoso Brito, 57, serem autuados em flagrante por falsificação de documento público, ocorrido no município amazonense.

Segundo o delegado Raul Augusto Neto, titular da delegacia responsável pela prisão, Cesar tentou emitir uma carteira de identidade sob o nome de Celso Bernardo de Oliveira, 52. Um policial civil, responsável pelo posto de identificação, percebeu que ele estava muito nervoso, apresentava uma certidão de nascimento com informações inconsistentes e acionou a equipe de investigação da delegacia. “Foram feitas diligências e detectamos, no cartório da cidade, que a certidão de nascimento era falsa. Com a ajuda brilhante da Perícia Criminal da Investigação da Polícia Civil, conseguimos descobrir sua real identidade e vimos que, contra ele, havia o mandado de prisão por homicídio qualificado em Estância Velha”, explica.

DESCONHECIMENTO DA REGIÃO

O delegado explica que Ângela se identificou como assessora de um escritório de advocacia de Manaus e disse, ainda, que acompanhava o suposto morador de comunidade rural para emissão de sua primeira via de carteira de identidade. “Ele se passava por paciente de câncer, alegando que teria nascido em Iranduba e, desde a infância, passou a residir na área rural em Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus), onde a certidão de nascimento teria sido emitida”, detalha Raul.

O delegado acrescenta que Cesar apresentou respostas confusas quando perguntado sobre há quanto tempo morava em Tabatinga, o local que residia naquele município e onde teria adquirido a certidão de nascimento, além do motivo de emitir o RG pela primeira vez. Além disso, Velho demonstrou total desconhecimento da região. “Alegou que tinha vindo daquele município de caminhão, sendo que os únicos acessos à localidade são por meio de avião ou barco”, esclarece.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.