“De um minuto para o outro, tudo mudou”, diz pai que perdeu nora grávida em acidente

Dois Irmãos – Três meses depois do acidente que vitimou sua namorada grávida de quatro meses, Felipe Bieleski da Motta, 26 anos, segue em recuperação das fraturas na perna e no braço direitos. Ele está sendo cuidado pelos pais em casa, depois de ficar 41 dias internado nos hospitais da Ulbra e Hospital de Pronto Socorro (HPS), de Canoas.

Além dos ferimentos e sequelas físicas causadas pelo acidente, Felipe e a família ainda tentam superar a morte de Paola, grávida de 16 semanas. Na segunda-feira posterior ao acidente, dia 12 de março, o casal iria descobrir o sexo do bebê. Felipe, emocionado, lembra como soube da morte da companheira. Ocorreu dias após o acidente, através da mãe e irmão e com apoio da equipe médica. “Na semana passada, consegui ir no cemitério pela primeira vez”, disse ele, com os olhos lacrimejando. O pai João da Motta, que cuida diariamente de Felipe, não aguenta a emoção ao falar sobre o acidente e morte da nora. “De um minuto para o outro, tudo mudou. Tudo que estava sendo planejado, acabou. Estávamos todos esperando ter mais uma criança na casa e, daí, acontece tudo isso. Eu desejo que a Justiça seja feita, se não for a nossa aqui, será a Justiça divina. Agradeço ainda por meu filho estar vivo, mas não está sendo fácil passar por tudo isso”, disse ele.

O ACIDENTE E INVESTIGAÇÃO – Paola e Felipe retornavam para Dois Irmãos, pela Estrada Sapiranga, de uma janta da casa da mãe de Paola. Na frente deles, estava o irmão de Felipe, Fábio Bieleski da Motta, dirigindo um Polo. Do outro lado da pista, no sentido contrário, transitava um Palio, conduzido por Sérgio Ricardo Barbosa Silveira. Relatos de Fábio dão conta de que no mesmo sentido do Palio vinha um Uno e fez uma ultrapassagem e, a luz, fez Fábio desviar. Felipe não conseguiu fazer a mesma manobra e acabou invadindo a contramão e batendo de frente no Palio. Em poucos dias de investigação, a Polícia Civil identificou o condutor, que é morador de Dois Irmãos e estava indo a Sapiranga. Aos policiais, ele confessou que fez a ultrapassagem, mas disse que não imaginou que isso provocou o acidente. Ele foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e omissão de socorro.