Quando a mão estendida se torna uma forma de ajudar a salvar vidas

Dois Irmãos – As lágrimas chegaram e, desta vez, foram em forma de alegria em poder contribuir para ajudar a salvar vidas ou em, pelo menos, tentar amenizar o sofrimento alheio. As voluntárias que trabalham em prol do hospital de Dois Irmãos acompanham, com coração apertado, os primeiros dias de funcionamento do novo respirador, entregue por elas à casa de saúde na quarta-feira passada, dia 27. A demanda já era uma reivindicação antiga dos médicos, que contavam com apenas um respirador simplório. Em casos graves, era pedido emprestado o respirador da emergência do Postão 24 Horas. As voluntárias se sensibilizaram com a angústia enfrentada pelos médicos e decidiram comprar o aparelho, que custou R$ 49.990. O grupo já pagou R$ 35 mil e está batalhando para conseguir o valor restante. O dinheiro é fruto de doações e dos eventos beneficentes promovidos nos últimos meses.

A necessidade do respirador era tanta, que o aparelho passou a ser usado desde o momento da entrega. Na mesma hora que os médicos receberam a doação, já se encaminharam para o leito da emergência e uma paciente idosa em estado grave passou a usar o respirador. “A emoção de conseguir proporcionar isso é inexplicável. Cheguei a acompanhar alguns momentos de aflição dos médicos, lutando para tentar salvar vidas e precisando de um respirador. Não tem como segurar as lágrimas ao acompanhar isso tudo que está acontecendo, de poder proporcionar essa ajuda tão importante para os pacientes. Por tentar ajudar a salvar a vida deles. Também somos gratos a comunidade que nos acolheu e sempre nos ajuda”, disse a presidente das voluntárias, Neusa Meurer Hansen, sem conter as lágrimas.

“Eternamente gratos”

A família de uma das pacientes que usou o respirador se emocionou com o trabalho voluntário. “Gratidão. Essa é a palavra que define tudo. Seremos eternamente gratos a este grupo. Nossa tia precisou de um respirador e, graças às voluntárias, no mesmo dia que ela precisou, o respirador novo chegou no hospital. Isso é algo muito bonito e que nos ilumina em um momento difícil como este”, disse a sobrinha da senhora internada. Infelizmente, na manhã de ontem, a paciente acabou falecendo. “Mas não foi por falta de esforços e nem pela falta de equipamentos. Hoje, sabemos que tudo que poderia ter sido feito pela tia, foi feito. Agora, ela vai descansar em paz. E, às voluntárias, seremos eternamente gratos”.

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