Colunistas
Virou chefe do Departamento de Pessoal
O Brasil ganhou ontem e jogou um bom futebol. Agora vem duas pedreiras, mas pode ser campeão. Futebol não falta. No entanto, o que é melhor ainda nesta Copa é a falta daquele ufanismo burro com que os brasileiros se tomavam em épocas de Copa. Esqueciam tudo, os problemas, as roubalheiras e só se preocupavam com a Copa do Mundo. Em 2018 o Brasil se parece tanto quanto os outros países. Torce na hora do jogo. De resto cada um toca a sua vida normalmente como se não existisse Copa do Mundo. Dá para notar o constrangimento no pessoal da Globo com a indiferença do brasileiro com a Copa do Mundo desta vez. Em Porto Alegre montaram uma fanfest e as câmeras da Globo nem foram para o ar porque não tinha ninguém. Em Ivoti vi até agora três prédios com alguma alusão à Copa do Mundo ostentando bandeirinhas do Brasil, mesmo assim de forma bem tímida. O País parece que aos poucos está amadurecendo e começa a saber separar as coisas. Copa do Mundo é apenas um torneio de futebol de países e nada mais. Ela não termina com os problemas dos brasileiros. Torcer na hora do jogo é o que todo mundo faz em qualquer parte do mundo. E tem que ser só.
VISITAS
Ontem de tarde visitou a redação do Diário o candidato a governador, Eduardo Leite. São visitas protocolares, que os candidatos fazem nesta época de véspera de uma eleição. Eduardo Leite foi prefeito de Pelotas, município onde fez uma administração de luxo. Elegeu a sua substituta por uma grande votação. Saiu da Prefeitura e não concorreu à reeleição. Preparou-se para disputar o cargo de governador neste ano e agora está aí. Eduardo Leite é jovem, mas tal como qualquer outro não inspira no povo nenhuma esperança de mudar o Estado. Tem que ter muito culhão para quebrar a espinha dorsal do corporativismo. Eu estou desacreditado, a menos que o Estado quebre de verdade e falte dinheiro para pagar salários e aposentadorias. Aí eles vão fazer alguma coisa para sanear o Estado.
NADA
O que Sartori fez nos quatro anos em que administrou o Estado? Pegou o Rio Grande do Sul inviável e desde o primeiro dia não pagou salários, poupando aqueles que mais ganham, o Poder Judiciário e a Assembleia. Acho que ele errou ao fazer isso. O Estado somos todos nós e se não tem dinheiro não pode ter para ninguém. Foi frouxo, pusilânime, ao não enfrentar as corporações. Durante quatro anos ficou rapando o tacho para juntar dinheiro e pagar salários. Transformou-se num chefe de departamento de pessoal. Num Estado onde os aposentados consomem mais do que os funcionários ativos, o fundo do poço está próximo. Sartori tomou mais algumas medidas e é bem verdade que a Assembleia foi uma pedra no seu sapato. Como tinha maioria, todos os projetos que queria aprovar poderia ter aprovado. Mas só fez das tripas o coração para aprovar o aumento do ICMS e conseguiu. Tivesse feito com os outros projetos também das tripas o coração e teria aprovado da mesma forma como o plebiscito para vender esqueletos como as estatais. Mas aí não teve a mesma determinação.
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Por que num Estado cujo deficit estimado para os próximos 4 anos é de R$ 20 bilhões tem tantos candidatos para governador?