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Região

Colono e maestro dedica-se ao campo e artesanato em Presidente Lucena

17/11/2023 - 16h18min

Por Cândido Nascimento

A dedicação da vida rural divide-se com a paixão pela música, plantas e artesanato, para um morador da localidade de Arroio dos Ratos. Arno Andrioli, 70 anos, é natural de Vale Real, onde aprendeu a lida do campo com o pai, Reynaldo Andrioli, e saiu do campo aos 16 anos. Adquiriu parte da atual propriedade de Pedro Exner, em 1988, no antigo Arroio dos Ratos, em Presidente Lucena. Somente 10 anos depois da aquisição, ao aposentar-se no banco onde trabalhava (BB), veio para radicar-se aqui e começar a sua produção, plantando árvores frutíferas inicialmente.

Na sua propriedade ele cria alguns animais, entre bois, cavalos e ovelhas e possui açude. Planta milho, feijão e aipim. “A roça te dá um sendo de liberdade, é incomparável com a cidade maior, principalmente no convívio com a natureza”, explica o produtor.

A ideia inicial era plantar duas mudas de cada árvore. O reflorestamento é uma prática que ele exercita até hoje, já tendo plantado mais de 500 árvores. Atualmente, Arno possui parreira, laranjeiras, limoeiros, mas tem ainda mangueiras, pessegueiros, ameixeira, figueira e nogueiras. Os produtos são vendidos em fruteiras da região.

ARTESANATO

Ele só corta a árvore se ela estiver por cair sobre alguma edificação. E foi justamente para aproveitar a madeira que ele começou a se dedicar ao artesanato. Hoje faz tábua para cortar carne, suplás (origem francesa, sousplat/porta prato), descanso de panelas e porta-copos em madeira. O primeiro trabalho artesanal foi feito com a parte de cima de uma timbaúva.

As madeiras utilizadas são a cabriúva, angico, louro, cedro e canjerana, além da timbaúva. Os amigos achavam bonitos os seus artigos e pediam para que fizesse para eles também. Como participa da Feira do Produtor e do Artesão do Município, expõe e vende seus produtos todos os sábados, no Parque Municipal Egon Gewehr, das 8h às 13 horas.

VIDA MUSICAL EM FAMÍLIA

Junto com quatro irmãos, ele fundou na década de 1970, em Novo Hamburgo, a banda Os Renascentes, que tocava música pop. O mais velho, Luis (em memória), tocava contrabaixo. Arno era o baterista, Lourdes tocava guitarra, Inês teclado e José guitarra solo. Na época era o auge do rock in roll, então os nomes da época eram os The Beatles e Bee Gees. A banda durou até por volta de 1977, quando três irmãos passaram em concursos para trabalhar em banco.

O morador é maestro de formação e foi regente de coro, fez cursos de Técnica Vocal, Expressão Corporal, Regência, Arranjos e Piano. “A música faz parte da minha vida toda, desde criança, e a lembrança mais remota que tenho é no colo do meu pai, e ele tocando harmônio”, enfatiza. O pai era professor em Vale Real.

Arno tem três filhos que também têm relação com a música: Fernando, 47, é tecladista, Michele, 45, pianista e maestrina, e Cristina, que é vocal e toca violão. Ele tem quatro netos: Júlia, Manuela, Milena e Marina.

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