Polícia
Médico preso por xenofobia é afastado de posto de saúde de Morro Reuter; ele vai responder em liberdade
O acusado foi solto para responder em liberdade
Por Cleiton Zimer
MORRO REUTER | O médico de 63 anos preso na manhã de segunda-feira (12) acusado de xenofobia contra uma enfermeira de 43 anos de origem nordestina, foi afastado das funções desempenhadas na Unidade Básica de Atendimento (UBS) de Morro Reuter – onde o crime ocorreu.
A decisão foi do juiz de direito Frederico Menegaz Conrado, que concedeu liberdade provisória ao preso. No entanto, o médico não poderá mudar de endereço ou telefone durante o transcorrer o processo.
O CASO
O médico, residente em Campo Bom, foi preso pela Brigada Militar na unidade de saúde e teve a prisão em flagrante decretada na delegacia de Novo Hamburgo por injúria discriminatória.
Conforme a polícia, o médico teria se referido a enfermeira com palavras com teor discriminatório, como “nordestina burra”.
Duas pessoas que também trabalham no posto serviram de testemunha e corroboraram o relato da vítima à polícia.
Nota do Coren
O Coren – RS (Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul) emitiu uma nota na terça-feira (13) repudiando o ocorrido.
VEJA:
“O Coren-RS se solidariza com a enfermeira que trabalha em Morro Reuter e que foi vítima de xenofobia. Conforme informações veiculadas na imprensa, o ato ocorreu nesta segunda-feira, 12, e foi causado por um médico na Unidade Básica de Saúde do Centro. A colega acionou a Brigada Militar, que levou o autor do crime para a Delegacia, em Novo Hamburgo. O delegado de plantão efetuou a prisão em flagrante do médico.
O Conselho reforça que repudia toda e qualquer forma de preconceito e que não compactuará com episódios desse tipo. O trabalho em equipe é a melhor forma de prestar assistência em Saúde, em especial no SUS, e o respeito entre os profissionais deve ser preservado.
O Plenário do Coren-RS vai averiguar o caso, buscará contato com a vítima e prestará apoio à colega.”
Sindicância foi aberta pela Prefeitura
A prefeita Carla Chamorro confirmou que o afastamento do médico aconteceu na terça-feira (13). “O atendimento não será prejudicado, pois temos outros profissionais que farão o atendimento”, explicou.
Ainda segundo a chefe do Executivo uma sindicância foi aberta no mesmo dia para apurar os fatos.
O Conselho Regional de Medicina do Estado também deverá apurar o ocorrido.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pelas autoridades.