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Bar do Cavalo: estabelecimento que faz parte da memória de Estância Velha
Por Geison M. Concencia
Estância Velha – Apesar do apelido adquirido nos campos de futebol, quando era mais jovem, Elton Gaelzer, popularmente conhecido como “Cavalo”, é um homem simpático que gosta de tratar bem seus clientes, tanto os que o seguem desde que começou, quanto os novos que passam no local para comer os lanches que ele prepara com tanto carinho.
O nome do estabelecimento, não poderia ser outro. O apelido seguiu até quando abriu o seu bar, e ficou: Bar do Cavalo. Inclusive, tem até um cavalo de brinquedo pendurado, usando uma camiseta do Grêmio, seu time do coração. “Eu era meio duro, por causa disso. Aí eu fiquei um pouco bravo e o foi assim que o apelido pegou”, lembra.
Gaelzer, adquiriu há 32 anos o ponto, que ele diz que já existia há mais tempo. Ele calcula que o local tem cerca de 60 anos. Foi banco e até Central de telefonia, as antigas com telefonista. Coube ao Cavalo continuar o legado.
Crise no setor de couros
O bar surgiu depois que Elton perdeu seu emprego, em um curtume. Ele lembra que foram anos difíceis. Uma crise no setor deixou muitas pessoas sem trabalho, e ele foi um deles. Como alternativa, surgiu a oportunidade de comprar um bar. No local, já existia um estabelecimento, mas o dono queria vender. No início, Elton ficou um pouco receoso, pois nunca tinha trabalhado com isso. “Nunca tinha trabalhado em lancheria. Aí surgiu a oportunidade que mudou minha vida. Foi a partir disso que cresci”.
Gaelzer ainda lembra, que quando começou no setor coureiro, era mais fácil adquirir um emprego. Mas, depois de um tempo, as oportunidades ficaram, cada vez mais, escassas. Com o tempo, a alternativa adquirida, após ficar sem emprego, tornou-se um bom negócio, que proporcionou o sustento de sua família. “Hoje é meu ganha-pão. Meu sustento está aqui, e de minha esposa. Durante muito tempo, também sustentei minha filha, que mora em Florianópolis”.
Café de primeira
Para o empreendedor, o segredo para um bar permanecer tanto tempo no mercado, deve-se ao atendimento. Gaelzer gosta de tratar bem os clientes, mas diz que impõe respeito, para criar um clima harmonioso entre todos e evitar qualquer tipo de briga e discussões desnecessárias.
O outro item que faz o Bar do Cavalo existir há 32 anos, é um café e as variedades de lanches. Meus lanches são muito bons. Meu café é muito bom. O atendimento, bem, sou meio bruto às vezes, mas boto respeito no meu estabelecimento. E cumpra horário, isso ajuda muito. Se o meu comércio está aí hoje, talvez é por causa disso”.
Uma pandemia, quase acaba com o Bar do Cavalo
A Covid-19 quase pôs fim ao bar mais conhecido de Estância Velha, mas não por falta de clientes. O proprietário teve o vírus e ficou internado por 30 dias. “Fomos os primeiro a pegar a COVID, em Estância Velha. Foi feia a coisa, fiquei 30 dias, olha… Minha sorte, é que não fui entubado, se eu tivesse sido entubado, talvez não estaria aqui”.
Memória viva de Estância Velha
Natural de Salvador do Sul, Gaelzer mudou-se para Estância Velha com a família, quando tinha cerca de 10 anos, em função de oportunidades de emprego. Neste período, ele lembra de como era o Município que ele viu crescer e se expandir. De algumas casas, para prédios e centros comerciais. Mas algo que nunca mudou, foi seu pequeno bar. “Aqui pouca coisa mudou. Só a porta, que agora é de vidro. Mas, o restante, está como era há 32 anos”.