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Região

Junho de 2023 a maio de 2024: Entre uma enchente e outra, o que salvou Dois Irmãos de mais uma tragédia

08/07/2024 - 10h47min

Atualizada em 08/07/2024 - 11h05min

Moradores observavam o nível do Arroio da Esquerda no dia 29 de abril deste ano (Foto: Volmir Müller)

Com características diferentes, mas com o potencial de destruição muito parecido, os eventos climáticos de junho de 2023 e maio de 2024 serviram como lições valiosas para qualquer administração que esteja disposta em investir em prevenção.

Por Nicole Pandolfo

O ciclone que atingiu o estado em 2023, interrompeu um lento, porém esperançoso aquecimento da economia no município. Dois Irmãos parecia finalmente engrenar depois de enfrentar uma pandemia, uma estiagem severa, uma epidemia de dengue e, finalmente, as reações do mercado às eleições presidenciais. Os estragos causados pela elevação da água dos arroios que cortam a cidade tiveram um custo estimado em R$ 5 milhões, dos quais apelas 5% foi encaminhado pelo governo federal: “O resto, o município teve que arcar”, lembra o prefeito Jerri Meneghetti.

O que foi feito

O que seguiu foi uma preparação para um novo episódio climático que chegaria quase um ano depois. Além da reconstrução de pontes e pontilhões, restauração e ampliação de redes de drenagem, a prefeitura investiu em uma ação crucial que poupou a cidade de uma nova tragédia em maio deste ano: Mais de 80% dos arroios do Rio Feitoria tiveram seu leito limpo pela prefeitura: “Fizemos a limpeza removendo os sedimentos do fundo. Retiramos muitas árvores que foram arrastadas para o leito, outras que haviam caído da margem, havia muita vegetação. Foi uma limpeza geral para dar leito novamente aos arroios”, explicou Jerri.

A enchente de maio de 2024

Em maio deste ano, a água que poderia ter incluído Dois Irmãos na lista de cidades atingidas pela enchente, permaneceu no leito dos arroios, causando não muito mais do que alguns transtornos: “Nós observamos: onde foi feita a limpeza, por exemplo o Arroio da Esquerda, em outras oportunidades, com menos chuva, ele ameaçava transbordar e nesse episódio de maio, em nenhum momento isso aconteceu”, disse o prefeito.

Como um símbolo do estado de alerta, a jaqueta da Defesa Civil permanece na cadeira do prefeito Jerri Meneghetti (Foto: Nicole Pandolfo)

Nova realidade

Atualmente, 3 propostas de estudo de macrodrenagem tramitam pela prefeitura, mas as características do município faz com que a busca por profissionais especializados não seja simples: “Somos uma encosta, a água desce com velocidade, não basta fazer só contenção”, disse Jerri que garante que as medidas tomadas após a enchente de 2023 terão continuidade, em um processo de adaptação a nova realidade de eventos climáticos. “A gente tem que aprender com o que acontece”, complementou o prefeito.

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