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Panela de Pressão – 18/07/24

18/07/2024 - 05h00min

Atualizada em 18/07/2024 - 09h14min

Raul Petry
OBRAS
As ruas de Ivoti tem dois tipos de obras. Um tipo é da Autarquia de Água, que conserta vazamentos e se tem a primeira impressão de que estão fazendo investimentos. Só que não são investimentos, só consertos de vazamentos ainda oriundos dos tempos da Corsan. No entanto, com as obras da Prefeitura é diferente. São investimentos mesmo para resolver o problema das enxurradas de água que transformavam alguns pontos da cidade em rios.
INVESTIMENTOS
O município é um grande investidor, pois tem um faturamento de 150 milhões ao ano, faturamento de empresa de médio porte. Metade desse dinheiro tinha que ser investido em obras. Antigamente era assim, logo depois que o município foi criado. A maior parte do orçamento (cerca de 70%) era destinado para a Secretaria de Obras. Com o passar do tempo as coisas foram degringolando, o empreguismo virou uma praga no Brasil, os nossos políticos começaram a fazer leis inúteis ou então para preservar seus próprios privilégios. Com isso as máquinas públicas de um modo geral foram inchando e consumindo cada vez mais dinheiro do orçamento.
EDUCAÇÃO
A educação consumia apenas 15% do orçamento nas décadas de 70 e 80. Hoje, passa de 30%. Isto que o orçamento aumentou muitas vezes com o crescimento da cidade. Antigamente era o diretor e os professores. Hoje há várias hierarquias na área da educação. Antigamente os professores davam aula durante todo o dia. Hoje continuam fazendo isso, mas ganham dois salários como se fossem duas pessoas. No Brasil a relação funcionários na área da educação comparado com o número e alunos é uma das mais baixas do mundo. Há, via de regra, um funcionário para cada 7 ou 8 alunos. Nos países desenvolvidos é de 1 para cada 15 alunos.
SAÚDE
Na área da saúde a coisa é um pouco diferente. Naquela época a saúde pública era por conta do governo federal através do INSS na época INPS. Os municípios não atuavam na saúde, só o Estado e a União. Com o passar do tempo, através de reformas, a saúde foi sendo passada também para os municípios, o que não está errado no todo, porque é nos municípios onde mora a população. Hoje em dia a saúde é dividida entre as três esferas de governo. O gasto com a saúde nos municípios têm que ser no mínimo de 15% do orçamento. Entretanto, em todos eles passa de 20%.
DEFORMAÇÕES
Com tantas deformações foi sobrando cada vez menos dinheiro para as obras. A principal razão de ser do município deixou de ser as obras, que passaram a dividir com a saúde e educação a maior parte das verbas públicas. Se bobear, o dinheiro que é repassado pelo governo federal é maior do que os investimentos do próprio município.

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