Região
Comunidade de Picada Café reage com revolta a caso de suposto abuso em escola
Por Geison M. Concencia
Picada Café – A prisão do professor de uma escola infantil em Picada Café, realizado pela Polícia Civil de Nova Petrópolis na manhã de terça-feira, acendeu um debate acalorado nas redes sociais sobre a segurança das crianças nas instituições de ensino do Município. Após publicação do fato nos meios de comunicação, chegaram a redação do jornal O Diário diversos relatos, acusando certos procedimentos internos em relação às crianças.
De maneira anônima, e para preservar seus filhos, pais relatam a insegurança que sentem em relação à segurança nas escolas de educação infantil. Uma ex-professora da rede de ensino, que não quis se identificar, temendo expor seus filhos, relatou que presenciou cenas de violência contra menores nas escolas. Ela lembra da cena de uma professora que deu banho de água fria em uma criança.
Ela também reiterou que práticas de amarrar as crianças são recorrentes, não restritas ao caso de abril deste ano, em que uma professora teria amarrado uma criança com autismo em sala de aula. Diante das cenas de descaso com as crianças, a profissional teria se afastado por conta dos casos que presenciou enquanto esteve na função.
Outros pais ressaltam o medo que sentem devido aos últimos acontecimentos. Em uma publicação nas redes sociais da matéria divulgado quarta-feira, um perfil comenta sua insatisfação com a situação: “Tenho medo de mandar para escola. Não sei se posso confiar ainda numa escola onde isso acontece e simplesmente ninguém fala nada do que vai ser feito para isso não se repetir”.
Além da insegurança, pais questionam a falta de transparência da Prefeitura, por não apontar quais as medidas a serem adotadas. “Qual o critério que a Prefeitura usa para ter uma pessoa assim numa escola infantil e ainda por cima é concursado? Como ele foi aprovado para tal função? Ou vão agora ficar se fazendo de vítima como se eles não tivessem culpa”, indaga.
Comunidade exige câmeras de videomonitoramento
Com as recentes ocorrências criminais em sala de aula, moradores pedem por câmeras em salas de aula, a fim de aumentar a segurança dos alunos e de professores.
Prefeitura emite nota de esclarecimento
A redação do Jornal O Diário procurou a Prefeitura para esclarecimentos gerais sobre o critério de contratação de profissionais, bem como se existe um acompanhamento do pessoal contratado por meio de concurso. Além disso, a reportagem gostaria de saber quais os procedimentos estavam sendo adotados para evitar reincidência de casos dessa natureza.
Na quarta-feira à tarde, a reportagem foi até a Prefeitura de Picada Café para sanar as dúvidas de leitores, mas Executivo pediu 24 horas para retornar, já que a secretária de Educação, Cristiane Welter, estava ausente, no momento. No dia seguinte, pela manhã, mais uma vez, foi feito contato com a pasta. A secretária respondeu que precisava verificar com o jurídico, e à tarde, retornaria. No mesmo dia, a redação tentou mais duas ligações, para falar com a secretária, porém ela não retornou as ligações até o fechamento desta edição.
A resposta veio na sexta-feira, com uma nota oficial. Veja o que diz:
“Imediatamente, ao tomar conhecimento dos fatos noticiados pelos pais da infante no dia 08/08/2024, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura promoveu, no mesmo dia, o afastamento do servidor das atividades.
Em ato contínuo, após formalização do fato internamente pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, em 09/08/2024, a Administração Municipal tomou todas as medidas que estavam ao seu alcance, instaurando PAD contra o servidor para apurar os fatos.
A Administração Municipal aguardará o desfecho das investigações tanto na seara administrativa, quanto na esfera judicial, colocando-se à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos, reforçando seu total interesse em colaborar com a investigação.
O acusado era Atendente da Educação contratado via Concurso Publico. Ficou em 12º lugar e foi nomeado no último dia 1° de Julho. Como foi via concurso, é obrigatório o chamamento do candidato (não opcional como nos casos de contrato ou cc). No dia da admissão o contratado apresentou documentos judiciais com o alvará de folha corrida, onde não constavam nenhum tipo de indigência ou antecedência”.