Panela de Pressão – 26/08/24

Raul Petry

PLANO0

Pois é, a curta campanha completa 10 dias e até agora não se viu nenhum Plano de Governo de qualquer dos candidatos. Isso só não é de lamentar mais porque acontece em todas as eleições. Parece ser secundário, mas temos que mudar nosso hábito. Aquele “livrinho”, onde os candidatos colocam tudo que pretendem fazer ao longo dos quatro anos, tem que ser a nossa bíblia. O povo tem que cobrar as promessas e não só dar por encerrada a sua parte depois que botou o voto nas urnas. Na verdade, estamos acostumados a votar no escuro. Tem candidato que sequer sabe a situação do fluxo de caixa da Prefeitura. Poucos sabem quanto da arrecadação sobra para investimentos. Afinal, são os investimentos que mais interessam para o povo. A saúde e educação são importantes, mas essas são duas pastas que os prefeitos sabem quanto tem que reservar da receita para o custeio da saúde e educação.

10%

O percentual fixado por lei é de 15% para a saúde e 25% para a educação. No frigir dos ovos todas as Prefeituras gastam mais do que isso. Ao todo, o custo da folha de pessoal, acrescido dos penduricalhos, fundo de aposentadoria, chega a 70% no mínimo. Digamos que o custeio da máquina custa outros 20%, chegamos a 90%. Portanto, o prefeito que entra não tem mais do que 10% para investir em obras. O Plano de Governo tem que ser claro com relação a estes números. Não só prometer, mas dizer quanto sobrará no final do ano que vem e o que fará com os 10% que terá livres para investir.

NORMAL

Não deixar bem claro o que fará com o orçamento caso seja eleito é uma praxe em todo lugar e não só no Brasil. No mundo inteiro é assim. Só vi um administrador público que foi eleito nos últimos tempos, dizer com todas as letras o que fará caso fosse eleito. Ele se elegeu e está fazendo exatamente o que prometeu. Trata-se do presidente eleito da Argentina. Ele disse com todas as letras o que faria e o povo acreditou nele. Não se arrependeu, porque a velha máquina carcomida pelo tempo, geralmente é uma bomba relógio que precisa ser desarmada. Milei disse que salvaria a Argentina e está salvando. Quando disse que privatizaria a Aerolíneas Argentinas, a estatal da aviação local, os sindicalistas disseram que só se passasse por cima do cadáver deles. Aí Milei respondeu que iria entregar de graça para os sindicalistas e funcionários da empresa, sem cobrar um centavo. Aí não gostaram e disseram que não queriam a empresa, que dava bilhões de prejuízos por ano. Eles só queriam permanecer com a mamata, o emprego fácil muitas vezes sem trabalhar.