Região
Diário Rural: Cultivo protegido motiva produtor de Lindolfo Collor a continuar na agricultura
Investimento em 5 estufas e apoio estimulam a continuidade da família e da permanência do jovem no campo
Por
Cândido Nascimento
Lindolfo Collor – Os custos geralmente são altos para quem produz e o esforço tem que ser grande para permanecer na agricultura. Para Eduardo Schmidt, 30, que desde bem pequeno já tem presença efetiva no meio agrícola, pois já acompanhava o pai Seno Schmidt na capina das roças de cana – produto utilizado no trato dos animais e fabricação de melado para consumo próprio.
Casado com Fernanda Rigo, e pai de Manuel, 4, o produtor investe no cultivo protegido de morangos, tomate e pepino. Filho de Seno e Gérti, ele acredita que o seu filho vai dar prosseguimento ao que é feito já na terceira geração. O pequeno ama desfilar no trator junto com o pai e o avô Seno no Dia do Colono, e acompanha o dia a dia de plantio na propriedade familiar, que possui cerca de dez hectares cultivados.
PRODUÇÃO DE SEMI-HIDROPÔNICOS
Até o 8º ano Eduardo estudou na Escola Monteiro Lobato, da 48 Baixa, localidade onde está situada a propriedade familiar. No Ensino Médio Eduardo foi estudar o curso de Técnico em Agropecuária na Escola Bom Pastor, em Nova Petrópolis. Em uma das visitas a uma propriedade no Município de Feliz, teve os primeiros contatos com a produção de semi-hidropônicos. Essa técnica ele aplica na produção de tomates e pepinos, aproveitando melhor os nutrientes das plantas.
No cultivo que se convencionou chamar de semi-hidropônico, têm sido utilizadas as estufas modelo túnel alto, em forma de arco, construídas com, no máximo, 30 m de comprimento e pé-direito não inferior a 3 m de altura. Esse formato de arco faz com que as estufas apresentem maior resistência a ventos e intempéries. Para adquirir as cinco estufas seminovas de material metálico e cobertura plástica, o produtor teve que obter financiamento de R$ 150 mil, através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Ele já trabalhou com tele-entrega de pizzas e auxilia um produtor de Ivoti especializado em mudas. Também vende plantas na Feira da Colônia Japonesa, em Ivoti. Na propriedade da 48 Baixa tem 3.000 mudas de morangos e investe na produção de mudas, cultivando as espécies albion. fênix e san andreas.
Variedade de produtos
Nas estufas são plantados também tomate e pepino, além de tempero verde e alfaces. A salsa e a cebolinha também estão integrando os ambientes, recheando os vasos de plantas que enchem os olhos. No local ainda há uma variedade de plantas ornamentais.
“O meu foco é o plantio de mudas, mas também vendo alguma coisa de morangos, algo em torno de 200 bandejas por mês, mas as pessoas vêm aqui na propriedade buscar, mas tem produção certa que é levada a alguns clientes, por exemplo”, explica.
Um detalhe é que não é uma produção totalmente orgânica, pois é utilizado o adubo, mas não vai nenhum tipo de defensivo agrícola, garante Eduardo Schmidt. Ele usa leite com açúcar para combater as pragas que afetam a produção demorangos, por exemplo, como é o caso do ácaro.
Sucessão familiar e permanência
Segundo o produtor, a sucessão familiar é um processo fundamental para que haja a continuidade e a manutenção do trabalho dos pequenos e médios produtores familiares rurais. Ele é a terceira geração, e o filho será a quarta a dar o seguimento, por isso os investimentos são constantes e necessários, pensando no futuro.
Contudo, para que seja viável a continuidade desse trabalho familiar ao longo dos anos, os investimentos públicos com saibro, adubos, óleo de trator, plástico e horas-máquina são fundamentais para ter motivação. Lindolfo Collor é um dos Municípios da região que mais investe nesses incentivos.
“Para nós, produtores, os incentivos são um gasto a menos, e que vão influenciar na soma final da produção, e nos ajuda inclusive na parte dos insumos, no plantio e na colheita de forma geral”, destaca.