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Diagnóstico precoce é chave para a cura do câncer de próstata, aponta especialista

30/11/2024 - 14h05min

Professor da Universidade Feevale, Daniel D'Oliveira Silva (FOTO: Divulgação / Arquivo Daniel Oliveira)

Por Geison Concencia

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, mas ainda enfrenta desafios relacionados à falta de conscientização e ao diagnóstico tardio. Segundo o urologista e professor da Universidade Feevale, Daniel D’Oliveira Silva, fatores como idade, histórico familiar e até a resistência masculina em cuidar da saúde contribuem para o problema.

“A idade é um fator de risco. Quanto mais velho o paciente, maior a chance de desenvolver neoplasia de próstata. Nos afrodescendentes, o risco é ainda maior, e os casos podem surgir precocemente”, afirma o especialista. Homens com histórico familiar de câncer de próstata em parentes de primeiro grau antes dos 60 anos também apresentam maior predisposição.

Embora alimentação saudável e atividade física promovam benefícios à saúde geral e cardiovascular, Silva ressalta que, até o momento, não há evidências concretas que associem obesidade e hipertensão ao aumento do risco de câncer de próstata.

Doença silenciosa

A falta de sintomas iniciais é um dos grandes desafios para o diagnóstico precoce. “Infelizmente, o câncer de próstata não apresenta sintomas detectáveis nos estágios iniciais, o que reforça a importância de campanhas preventivas e exames regulares a partir dos 50 anos, ou 45 para quem tem fatores de risco”, explica.

O preconceito em relação ao exame de toque retal também contribui para o diagnóstico tardio. “O exame é simples, rápido, e hoje temos alternativas como ressonâncias e o exame de PSA, que podem indicar alterações”, destaca Silva.

O processo de diagnóstico começa com exames iniciais, como PSA e toque retal. Em casos suspeitos, uma ressonância magnética multiparamétrica ajuda a identificar lesões, e a confirmação é feita por biópsia guiada por ultrassom. Essa abordagem permite que a maioria dos casos seja detectada precocemente. “Com diagnóstico precoce, alcançamos índices de cura superiores a 90%, enquanto casos avançados têm menos de 30% de chance”, alerta.

Nos últimos anos, o tratamento do câncer de próstata avançou significativamente. Técnicas como a prostatectomia robótica e o Haifu (High Intensity Focused Ultrasound) proporcionam abordagens menos invasivas e mais precisas. “São tratamentos modernos que têm oferecido melhores resultados e menos efeitos colaterais”, afirma.

Silva reforça a necessidade de quebrar tabus e incentivar os homens a priorizarem a saúde. “O diagnóstico precoce é a principal arma contra o câncer de próstata. Campanhas como o Novembro Azul são essenciais para conscientizar a população masculina sobre a importância dos exames regulares.”

 

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