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“Nada mudou na Igreja a respeito dos candidatos ao Sacerdócio”

15/01/2025 - 11h27min

Pe. César Augusto Worst

Qualquer notícia que saia na Igreja pelos órgãos competentes do Vaticano é tema de debate pelos meios de comunicação. Estes, procurando fazer o melhor possível, julgam os temas dos ambientes eclesiásticos de acordo com seus óculos. Estes óculos nem sempre estão bem translúcidos, isto é, embaçados por alguma ideologia dominante.
Refiro-me a uma notícia que tem sido veiculada com o título: “Vaticano aprova gays para o sacerdócio”. Diante disso, sinto-me no dever de dizer que não é isso que os documentos emanados da Conferência Episcopal Italiana querem dizer. E, por isso, tal notícia é um grande erro de interpretação, as chamadas “desinformações”.
É impossível fazer aqui neste espaço toda a reflexão necessária sobre o tema. Para os queridos leitores basta dizer que as instruções a respeito da admissão de homens para o seminário continuam as mesmas de sempre. Também a respeito de pessoas com tendência homossexual que se aproximam da Igreja para iniciar um processo formativo ou também que descobrem essa situação pessoal no curso da sua formação, a Igreja não pode admitir para a ordem sagrada aqueles que praticam a homossexualidade ou, mesmo que não pratiquem, os que tenham tendências profundamente enraizadas. Isso sempre foi assim e sempre o será.
Em seguida o documento dos bispos italianos elenca (de forma muito positiva e coerente) as razões pelas quais há um impeditivo para o sacerdócio para estas pessoas, basicamente pelos motivos lógicos de integração harmoniosa da afetividade.
A Igreja Católica no seu conjunto de pronunciamentos sempre trata com muita delicadeza e respeito as pessoas que vivem situações afetivas diversas. E o documento deixa claro esse respeito, assim como o Catecismo da Igreja Católica. Isto que precisa ser enfatizado: o respeito pela intimidade das pessoas e a sua devida acolhida na grande família de fé. Nem todos têm o dom do celibato (opção interior de não estabelecer vínculos de ordem conjugal ou semelhante).
Para dar um exemplo: um rapaz e uma moça, mesmo que tenham uma idade razoável, pelo simples fato de terem idade ou sentirem atração mútua, não quer dizer que estão em condições de casamento. Se exigem condições psicológicas, afetivas, sexuais, espirituais, religiosas e econômicas para casar. Costumo dizer: não basta querer, é preciso poder casar. E, em nossa sociedade, cresce o número de pessoas que não têm condições de casamento. A isso resumimos com a palavra “maturidade”. De forma semelhante, para viver o sacerdócio, o candidato precisa reunir determinadas condições humano – afetivas.
Dado este singelo exemplo, para a vivência harmônica e sadia do celibato, em determinadas situações fica inviável, quase inviável ou até impossível esta forma de vida. E a Igreja, com seus mais de dois mil anos de existência, como qualquer mãe, tem o dever e o direito de dizer quem pode e quem não pode ingressar num processo formativo em vistas do sacerdócio católico.
Caso alguém tenha ainda alguma dúvida, procure sempre os meios oficiais de comunicação da Igreja. Cuidado com comentaristas e publicações levianas na internet. Não se deixem levar por manchetes que pouco correspondem com a verdade dos fatos. Busquem os jornalistas as fontes seguras do Magistério da Igreja e, por ocasião de notícias que envolvam os temas morais e doutrinais, alimentem-se do Catecismo da Igreja Católica.

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