Região
Delegacia de Estância Velha aguarda escuta especializada para dar continuidade a inquérito sobre assédio sexual em escola
Por Geison Concencia
Estância Velha – A Polícia Civil aguarda depoimentos colhidos pela Escuta Especializa, no âmbito do judiciário, das crianças que, supostamente, foram vítimas de assédio sexual praticado por um professor da rede municipal de ensino, em dezembro de 2024. Práticas teriam ocorrido dentro da escola pelo professor, descobertos, apenas, após um conselho de classe.
Segundo o titular da delegacia de Estância Velha, delegado Rafael Sauthier, o inquérito policial depende dessa fase para dar continuidade, já que o acusado deve ser ouvido depois das vítimas, conforme determina a legislação. A escuta especializada é realizada por uma equipe específica para lidar com esse tipo de ocorrência, quando envolve menores, sendo realizada fora do âmbito da delegacia.
O acusado já foi afastado preventivamente de suas funções para abertura de uma sindicância, realizado pela Prefeitura.
Relembre o caso
Os assédios chegaram a conhecimento público após uma publicação feita no Diário Oficial do Município, em que um servidor público foi afastado de suas funções temporariamente. Posteriormente, informações foram sendo divulgadas por vereadores de que se tratava de suposto assédio sexual.
O acusado seria professor de alunos entre 11 e 12 anos. Essas mesmas vítimas teriam revelado situações de abuso em um conselho de classe, em que descreveram condutas criminosos. Os menores relataram que o profissional teria passado a mão em partes íntimas de meninos e meninas.
Entidade representativa diz que vai se abster de comentar caso
A Associação de Professores Estancienses divulgou nota em suas redes sociais depois do caso. “Não cumpre à ASSPE intervir em assuntos que não sejam institucionais ou que reflitam interesses coletivos, da categoria. Não cabe à Associação discutir temas que digam respeito, exclusivamente, a um ou a outro colega, destacando-se, ainda, que todos têm assegurados, dentre outros, o direito à privacidade, garantias ao contraditório, à ampla defesa, ao devido processo. Trata-se de um momento delicado para cada um dos envolvidos e, considerando as circunstâncias e o dever de não ingerência em assuntos personalíssimos daqueles que integram a categoria, a ASSPE não deixará de exercer suas funções institucionais, o que não abrange se imiscuir em assuntos particulares de seus associados, ou de membros da classe.
Terceiro caso contabilizado
O caso de assédio sexual em escola é o terceiro episódio que envolve a suspensão temporário de professores da sala de aula. Em julho, o caso da professora da rede municipal suspeita de vender bolos contendo maconha em uma escola gerou preocupação e muitos debates na comunidade escolar e redes sociais. A mulher de 34 anos foi abordada pela GCM, após denúncia anônima feita à secretaria de Educação. Ela foi chamada na diretoria para esclarecer os fatos, com a presença do secretário de Educação, que intimaram a suspeita.
Outro caso segue em sigilo, de um professor que também passou por uma sindicância para apurar possível comportamento criminoso, sendo o segundo caso.
Informações obtidas com exclusividade pelo Jornal O Diário apontam que há um possível quarto caso, que pode ter sua sindicância aberta nos próximos dias, contra um professor que estaria cometendo condutas adversas e inapropriadas em sala de aula.