Conecte-se conosco

Notícias

Colheita de batata no Teewald enfrenta desafios com preço baixo e clima adverso

31/01/2025 - 07h35min

Atualizada em 31/01/2025 - 07h35min

A colheita está a todo vapor neste início de ano, porém, o produto não está valorizado

A grande quantidade de produto no mercado desfavorece o preço para os produtores

A colheita de batatas em Santa Maria do Herval está sendo impactada por condições climáticas desfavoráveis, como chuvas excessivas seguidas de calor intenso. Além disso, o preço pago ao produtor está abaixo do esperado, o que tem dificultado a comercialização.

O cenário é especialmente complicado para os pequenos agricultores do município, que enfrentam perdas devido à queima das batatas expostas ao sol e dificuldades na venda do produto.

“ESTÁ COMPLICADO”

Segundo Laudo Olbermann, grande produtor local, a situação está difícil: “Aqui no Herval, as pessoas não conseguem vender, podem dar de presente, que não temos como pegar. Não conseguimos vender por R$ 10 o saquinho. Está complicado.”

Ele explica que, mesmo com a produção de batatas de qualidade inferior, o preço não cobre os custos, como a lavagem e o transporte.

Além disso, Laudo afirma que, enquanto ele ainda consegue manter a colheita até junho devido ao plantio em outras regiões, os pequenos produtores do Herval não têm essa opção – pois só tem essa janela de produção devido ao clima.

O que causa o preço baixo?

O clima tem sido um fator determinante na produtividade. Félix Alles, secretário de Agricultura de Santa Maria do Herval, destaca que, após um período de clima favorável no segundo semestre do ano passado, muitos produtores aumentaram a área plantada.

No entanto, o excesso de oferta, combinado com a pouca demanda, resultou em uma superprodução. “O custo de produção é alto e estamos com muitos produtos no comércio. Isso afeta o valor que o produtor recebe, que varia entre R$ 20 e R$ 50 por saco de 50 kg“, explica Félix. Ele ainda menciona que o preço ideal deveria estar entre R$ 120 e R$ 150 por saco, para cobrir o investimento e garantir a viabilidade da produção.

João Augusto Schmitz, agricultor de Boa Vista do Herval, relata que a situação de venda está tão crítica que muitos não estão colhendo as batatas, pois, ao serem expostas ao sol, acabam queimando.

O preço está bem fraco, a produtividade é alta, mas não tem venda. As batatas que ficam fora do solo apodrecem, com o calor e a chuva, e ficam queimadas“, afirma Schmitz.

Ele acredita que a combinação de clima quente e falta de chuva prejudicou ainda mais o cultivo. “Na roça não é para qualquer um. Tem que ser forte e vai para a próxima de novo.

Alternativas de comercialização

 Embora muitos enfrentem dificuldades, alguns produtores buscam alternativas para driblar a baixa demanda e o preço ruim. Douglas Cardoso, agricultor da localidade de Nova Renânia, explica que ele e sua esposa, Danara Natani Arnold, adotaram a agricultura familiar, o que permite maior controle sobre a produção e a comercialização.

Douglas e Danara conseguem vender diretamente para o consumidor final

Tentamos usar o menos agrotóxico possível e vendemos diretamente ao consumidor final. Apesar do preço baixo, conseguimos vender a batata macaca, que não é plantada pelos grandes produtores, a R$ 140 o saco“, diz Cardoso. Ele também menciona que, mesmo com a redução nos preços, seu modelo de negócio tem permitido alguma estabilidade – já que muitos optam por pagar mais caro sabendo que os produtos são cultivados sem agrotóxicos.

Douglas diz que, outras variedades, como a batata rosa, por exemplo, está sendo vendida por R$ 100 a R$ 120 o saco, e a branca chegou a ser comercializada por R$ 80.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.